no Cairo
O secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, condenou neste domingo o "fracasso" do Conselho de Segurança da ONU em adotar uma resolução para a interrupção imediata das operações militares israelenses contra a faixa de Gaza.
"Apesar de o Conselho de Segurança não conseguir pela segunda vez tomar uma decisão para cessar as operações, desempenharemos nosso papel e iremos ao Conselho de Segurança, e se não conseguirmos uma resolução, vamos apresentar um relatório claro ao mundo árabe sobre isso", disse Moussa.
Ele advertiu contra o uso do veto por parte dos Estados Unidos para impedir qualquer resolução do Conselho de Segurança porque, segundo ele, "conduzirá ao fracasso da ONU em deter esta guerra e massacre em Gaza", que causou quase 500 mortos desde seu início, em 27 de dezembro.
Moussa atacou ainda a postura europeia, mais especificamente do governo tcheco, que assumiu a Presidência da União Europeia na quinta-feira, 1º de janeiro, que classificou a operação militar israelense de "defensiva".
"Não se pode considerar defensivo um ataque israelense contra 40% de civis em Gaza", acrescentou Moussa, citando a proporção divulgada por fontes do grupo radical islâmico Hamas -- as estimativas da ONU, pelo menos até quarta-feira, situavam esta porcentagem em cerca de 25%.
Segundo Israel, o Hamas usa a população de Gaza como escudo humano, ao montar bases militares e atacar de áreas densamente povoadas.
Forças israelenses lançaram ontem à noite uma ofensiva terrestre a partir do norte de Gaza, que causou, até agora, 35 mortos.
Desta ofensiva, a segunda fase da operação "Chumbo Fundido", participam tropas de Infantaria, Engenheiros, Artilharia e tanques apoiados pela aviação, Marinha e agências de Inteligência.