em Gaza
O líder mais influente do Hamas em Gaza, Mahmud al-Zahar, prometeu nesta segunda-feira a vitória do movimento radical islâmico palestino contra Israel. Do outro lado, o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, afirmou que a Cidade de Gaza está parcialmente cercada e que a ofensiva irá até que "a paz seja alcançada" na região.
"A vitória está chegando, com a graça de Deus", afirmou Zahar em um discurso lido no canal de televisão do Hamas, Al-Aqsa, o primeiro dele desde o início da ofensiva militar de Israel em Gaza, no último dia 27.
Segundo o líder, o braço militar do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, "deram os mais belos exemplos de confronto com um exército que o mundo acredita ser invencível". "Vamos vencer com a graça de Deus", insistiu.
Segundo a agência de notícias Efe, ao menos 23 palestinos, todos eles civis, morreram nesta segunda-feira nos diferentes bombardeios israelenses.
A aviação de Israel atacou mais de 30 alvos na faixa de Gaza na madrugada desta segunda-feira, informou uma porta-voz militar em Tel Aviv. Já as tropas do Exército continuam avançando pelo território palestino e já se preparam para um confronto em áreas urbanas e mais populosas, como a Cidade de Gaza.
As tropas israelenses assumiram posições na antiga colônia de Netzarim pela primeira vez desde a retirada de Israel da faixa de Gaza, em 2005. Na região norte, as tropas israelenses avançaram até o campo de Jabaliyah.
Cerco
Barak declarou na comissão de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento israelense, que excepcionalmente não se reuniu a portas fechadas, que Gaza está parcialmente cercada.
As declarações do ministro da Defesa confirmam as descrições de testemunhas, segundo as quais os carros blindados israelenses se encontram no sul, norte e leste da Cidade de Gaza.
"Atingimos duramente o Hamas, mas ainda não alcançamos todos os objetivos que fixamos e a operação continua", acrescentou.
"Fazemos tudo que um Estado deve fazer para defender seus cidadãos. Queremos que os ataques contra nossos cidadãos e nossos soldados parem", afirmou.
A operação de Israel já matou mais de 500 palestinos e deixou cerca de 2.500 feridos desde seu início, há dez dias. Os tanques israelenses assumiram neste domingo (4) o controle de vários eixos estratégicos na faixa de Gaza, enfrentando em alguns pontos os combatentes do Hamas.
Segundo Israel, a ofensiva militar é uma resposta à violação -- com o lançamento constante de foguetes -- do Hamas da trégua de seis meses assinada com Israel e que acabou oficialmente no último dia 19.
A guerra agravou a crise humanitária na região de 362 km¦, onde vivem cerca de 1,5 milhões de pessoas. A energia elétrica foi cortada na maior parte e se agrava a carência de combustível. A maioria das lojas está fechada e falta comida nos poucos estabelecimentos ainda abertos.
