Por Adam Entous
JERUSALÉM (Reuters) - Israel rejeitou na segunda-feira propostas européias para permitir observadores internacionais na Faixa de Gaza depois de um cessar-fogo, pressionando, ao invés disso, por equipamentos e pessoal a fim de localizar e destruir túneis que possam ser usados pelo Hamas para se rearmar.
A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, que dura 10 dias, já matou ao menos 514 palestinos. Os líderes israelenses deixaram claro que não têm pressa em retirar as forças terrestres e aéreas da região, apesar da pressão internacional crescente.
O objetivo de Israel é enfraquecer o Hamas matando seus combatentes e destruindo os estoques de foguetes do grupo, afirmaram autoridades.
Israel rejeita qualquer cessar-fogo formal que ate suas mãos e confira ao grupo islâmico legitimidade, mas está preparado para acordos com parceiros regionais e internacionais, como o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, o Egito e a União Européia, a fim de ajudar a supervisionar a segurança ao longo da fronteira com Gaza.
Em uma entrevista coletiva com líderes da União Européia, a ministra das Relações Exteriores Tzipi Livni, uma das principais candidatas ao cargo de primeiro-ministro em Israel na eleição de 10 de fevereiro, disse não ver razão para uma força de observação e monitoramento em Gaza.
"Não vejo como isso pode ajudar", disse ela a jornalistas.
Em vez de observadores monitorando qualquer cessar-fogo, Israel quer uma missão internacional na fronteira entre Egito e Gaza com o objetivo de evitar que o Hamas restabeleça a rede de túneis que poderia ser usada para contrabandear foguetes de longo alcance e outras armas, disseram autoridades israelenses envolvidas nas negociações.
Os oficiais contaram à Reuters que são mantidas conversações com União Européia, Estados Unidos, Egito e outros líderes regionais a respeito de uma força do tipo, embora não se tenha chegado a nenhuma decisão final.
A fronteira de 14 quilômetros com o Egito é repleta de túneis que permitiram que os palestinos de Gaza obtivessem armas e bens comerciais, apesar do bloqueio liderado pelos israelenses.