O ministro disse que o Hezbollah informou através de suas lideranças políticas que não estava envolvido no incidente.
Em Jerusalém, o ministro israelense Rafi Eitan, membro do gabinete do primeiro-ministro Ehud Olmert, disse acreditar que palestinos no Líbano, e não o Hezbollah, foram os responsáveis pelo ataque.
O ataque aumentou o temor de que o Líbano possa ser arrastado para uma nova guerra com Israel.
Após o ataque, que atingiu a região da cidade israelense de Nahariya, o Exército de Israel lançou um breve fogo de artilharia, atingindo os arredores das cidades libanesas de Dhaira e Tair Harfa, sem deixar vítimas.
O Exército libanês e tropas das forças de paz da ONU realizaram patrulhas para tentar identificar os autores dos disparos. O Hamas negou que tenha disparado contra Israel a partir do Líbano.
A imprensa local especulou que a facção Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral (FPLP-CG), do líder Ahmad Jibril, poderia estar por trás do ataque. Jibril não confirmou nem negou a autoria do ataque.
Alerta máximo
O primeiro-ministro Fouad Siniora condenou o ataque a Israel, mas também criticou a retaliação israelense. Ele disse que se Israel atacar o sul do Líbano, o governo entenderá como um ataque a todo o Líbano.
Como medida de segurança, o sul do país foi colocado em alerta máximo. Várias escolas tiveram suas aulas canceladas, e há notícias de que moradores que vivem nas cidades ao longo da fronteira já estariam deixando suas casas e rumando para o norte.
O Exército libanês enviou um grande número de tropas para o sul do Líbano e aumentou suas patrulhas na região.
O comandante das tropas de paz da ONU no sul do Líbano, general Claudio Graziano, pediu que calma a Israel e aos libaneses. As tropas de paz aumentaram as patrulhas ao longo da fronteira para evitar novos incidentes.
Ataques
O Exército de Israel emitiu um comunicado dizendo que o governo e Exército libanês deveriam evitar qualquer ataque com foguetes a Israel.
Em 2006, Israel e o Hezbollah lutaram um violento conflito que matou 1,2 mil libaneses, a maioria civis, e 160 israelenses, a maioria militares.
Segundo as autoridades israelenses, os foguetes não fizeram vítimas fatais, mas deixaram cinco pessoas feridas e outras em estado de choque. Recentemente, Israel já havia declarado que retaliaria qualquer ataque vindo do Líbano.
Os ataques vindos do Líbano ocorreram após uma das noites de ataques mais intensas desde que o início da ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza, com 60 ataques aéreos contra alvos que, segundo o governo israelense, incluem um depósito de armas do Hamas e túneis perto da fronteira com o Egito que seriam usados para o contrabando de armas.
Hezbollah
A ofensiva em Gaza fez crescer entre libaneses o temor de que o Hezbollah possa atacar o território israelense, abrindo uma segunda frente de combate para Israel.
O líder do grupo xiita, Hassam Nasrallah, disse na quarta-feira em discurso que suas forças estavam em alerta máximo e prontas para lutar contra Israel em caso de agressão. Foi a primeira vez que Nasrallah falou da possibilidade de uma nova guerra com os israelenses.
Antes disso, Nasrallah se limitava a criticar Israel, os países árabes e a comunidade internacional por nada fazer em favor dos palestinos.
O Hezbollah, assim como o Hamas, recebe forte apoio político e militar de Síria e Irã, países considerados inimigos por Israel.
Após a guerra entre Hezbollah e Israel, em 2006, o grupo xiita tem estado sob enorme pressão de seus rivais políticos no Líbano para se desarmar.
Atualmente, o Hezbollah faz parte de um governo de união nacional com poder de veto sobre decisões importantes.