Hamas aceita, com condições, propostas de trégua da UE
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O movimento islâmico palestino Hamas anunciou nesta quinta-feira que aceita, com condições, as propostas feitas pela União Européia (UE) para instaurar uma trégua com Israel na Faixa de Gaza.
Israel realiza bombardeios na Faixa de Gaza nesta quinta-feira, pelo sexto dia consecutivo, apesar da pressão cada vez maior da comunidade internacional por um cessar-fogo.
Os prédios do Parlamento e do Ministério da Justiça foram atacados durante a madrugada. Testemunhas na Cidade de Gaza dizem que um hospital infantil também foi atingido.
Fontes palestinas dão conta de que pelo menos 391 pessoas teriam morrido desde o início dos ataques israelenses à Faixa de Gaza, no último sábado.
Segundo a Organização das Nações Unidas, há pelo menos 62 civis entre os mortos. Fontes médicas palestinas informam que há cerca de 1,7 mil feridos, que congestionam os hospitais de Gaza.
Do lado israelense, há notícias de pelo menos quatro mortes, entre elas a de um militar.
A ONU afirmou nesta quarta (dia 31 de dezembro) que vai retomar a distribuição de alimentos e medicamentos em Gaza na quinta-feira.
Um porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse à BBC que a situação dos hospitais em Gaza está em "seu limite máximo" e que eles precisam urgentemente de ajuda.
Israel
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou nesta quinta-feira que Israel não quer realizar em Gaza "uma guerra longa", seis dias depois do início da ofensiva contra o Hamas nesse território palestino.
"Não nos interessa realizar uma guerra longa e não queremos ampliar o frente", declarou Olmert aos jornalistas durante uma viagem a Beersheva, no sul do país. A ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni, chegou nesta quinta-feira a Paris, onde se reunirá com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, seis dias depois do início de uma ofensiva israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza, informou a embaixada de Israel na França.
A chefe da diplomacia israelense falará com o presidente francês no Palácio do Elysées às 16H00 (13H00 de Brasília).
Livni tinha previsto almoçar primeiro com seu colega francês, Bernard Kouchner, segundo a embaixada israelense.
A chanceler israelense tentará explicar a recusa quarta-feira por Israel à idéia de um cessar-fogo com o Hamas proposta pela França em nome da União Européia e do Quarteto para o Oriente Médio (UE, Estados Unidos, ONU E Rússia).
ONU sem consenso
O Conselho de Segurança das Nações Unidas não conseguiu chegar a um consenso sobre uma resolução pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Um esboço de resolução, apresentado em uma reunião de emergência a pedido da Liga Árabe, acabou não sendo submetido formalmente a votação por causa de divergências entre os representantes dos países que integram o conselho.
Embaixadores de Estados Unidos e Reino Unido reclamaram que o texto, apresentado por Líbia e Egito, não fazia referência aos ataques palestinos contra Israel que, segundo eles, motivaram a atual ofensiva israelense.
Mais cedo, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, já havia rejeitado pedidos para uma trégua de 48 horas para permitir o fluxo de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Em Nova York, o emissário palestino nas Nações Unidas (ONU), Rijad Mansour, exigiu uma resolução para garantir uma trégua imediata.
Mas a embaixadora israelense, Gabriela Shalev, disse que seu país vai continuar a fazer o que for necessário para se proteger contra o que chamou de "terrorismo".
O embaixador dos Estados Unidos na ONU, um dos dos membros permanentes do Conselho de Segurança com direito a veto, disse acreditar que depende de Israel e do movimento palestino Hamas concordar com um cessar-fogo, e que a ONU não deve impor um acordo.
*com AFP e BBC
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