Tanques israelenses entraram em um região residencial da Cidade de Gaza nesta terça-feira, enquanto soldados tentam remover os militantes do Hamas de telhados e ruas. Moradores do local se escondem em suas casas, ou tentam fugir dos confrontos.
A operação no bairro de Tel Hawwa foi a incursão mais profunda realizada até o momento por Israel, que cercou a cidade costeira de 400 mil habitantes, enquanto diplomatas tentam conseguir um cessar-fogo na região.
O negociador-chefe de Israel irá ao Egito para conversas "decisivas" sobre o cessar-fogo com o Hamas. A decisão de enviar o funcionário do Ministério da Defesa Amos Gilad ao Egito na quinta-feira pode ser um sinal de progresso. Gilad tem adiado a viagem há dias.
Questionado se os objetivos de Israel haviam sido atingidos, o ministro da Defesa, Ehud Barak, disse --"A maioria deles, provavelmente não todos". "Conseguimos muito ao atingir o Hamas e sua infraestrutura, seu governo e seu braço armado, mas ainda há muito trabalho pela frente", afirmou nesta terça-feira a uma comissão parlamentar o tenente-geral Gabi Ashkenazi, chefe do Estado-maior das Forças Armadas de Israel.
O militar afirmou que aeronaves israelenses realizaram mais de 2.300 ataques desde o início da operação.
Israel lançou a ofensiva contra o território palestino em 27 de dezembro, com o objetivo declarado de eliminar a capacidade do grupo islâmico de lançar foguetes contra Israel. Fontes médicas palestinas dizem que mais de 940 palestinos, metade civis, morreram desde o começo da operação.
Um total de 13 israelenses, dez deles militares, também morreram. O lançamento de foguetes palestinos caiu desde o início da ofensiva. Cerca de 15 foguetes e projéteis foram lançados contra Israel nesta terça-feira, sem deixar vítimas.
Operação
Bolas de fogo e colunas de fumaça causadas pelos bombardeios israelenses se tornaram uma visão constante no território onde 1,5 milhão de pessoas vivem, e onde estão presas devido ao bloqueio das fronteiras. Os combates mais recentes têm ocorrido na Cidade de Gaza, onde os militares israelenses estão cada vez mais expostos às condições perigosas da guerra urbana.
A operação em Tel Hawwa faz uso de blindados que visam diminuir o número de mortes israelenses. Moradores dizem que as tropas entraram durante a noite, reconheceram a área e então se retiraram para posições mais seguras.
Um militar israelense afirmou que os combatentes do Hamas operam em pequenos grupos de até quatro pessoas e têm evitado confrontos com tropas israelenses a curta distancia.
"Sua estratégia tem sido usar muitas armadilhas e o disparo de armas e mísseis de longe", afirmou o militar em condição de anonimato.
"Os soldados estão tomando uma série de precauções, estão sendo mais cuidadosos que o Exército jamais foi em qualquer outra guerra", afirmou. "Soldados atiram em qualquer coisa suspeita, usam muito poder de fogo e abre buracos em paredes para se movimentar."
Ashkenazi disse que militantes do Hamas se disfarçam de soldados israelenses para tentar se aproximar das tropas e realizar atentados suicidas.