O diretor do serviço de inteligência militar israelense, Amos Yadlin, advertiu nesta segunda-feira para a possibilidade de um ataque do grupo xiita libanês Hizbollah, na fronteira entre Israel e Líbano, informou a rádio militar.
De acordo com Yadlin, citado pela emissora, a milícia xiita libanesa poderia utilizar como pretexto a ofensiva militar israelense iniciada no último dia 27 contra o movimento islâmico radical palestino Hamas para abrir "uma segunda frente".
Assim, Israel pode destinar parte dos dezenas de milhares de reservistas convocados para a defesa da fronteira norte do país no caso de ataque do Hizbollah.
Em meados de 2006, Israel travou uma guerra contra o Hizbollah após a captura de dois de seus soldados pela milícia xiita. Este conflito deixou mais de 1.200 mortos no Líbano, na maioria civis, e 160 vítimas israelenses, na maioria soldados.
Ainda de acordo com a rádio, autoridades militares israelenses descartaram a possibilidade de uma provocação direta do Hizbollah, mas consideram que organizações armadas palestinas presentes no Líbano podem entrar em ação.
Neste sábado (3), o líder do Hizbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que o Hamas e as outras facções de "resistência" palestinas têm que infligir "o maior número possível de perdas" ao Exército israelense, uma declaração que pode ter servido de alerta às autoridades israelenses.
A atual ofensiva israelense está no seu décimo dia consecutivo, em uma campanha de bombardeios aéreos, navais e mais recentemente terrestres que deixou ao menos 500 mortos e 2.500 feridos.
Segundo Israel, a ofensiva é uma resposta à violação -- e lançamento de foguetes -- do Hamas da trégua de seis meses assinada com Israel e que acabou oficialmente no último dia 19. Desde o início dos bombardeios israelenses, o Hamas intensificou o lançamento de foguetes sobre o sul de Israel, em ataques que mataram quatro pessoas.
Com France Presse