De acordo com militares israelenses, os ataques tiveram como alvo túneis usados para contrabandear armas e locais usados para o lançamento de foguetes contra Israel.
As tropas de infantaria também teriam avançado e trocado tiros com palestinos nas proximidades da Cidade de Gaza, embora aparentemente ainda não tenham entrado nas áreas de maior população.
Não houve relatos de lançamento de foguetes palestinos contra Israel durante a madrugada, mas na manhã deste sábado, vários teriam sido lançados e atingido áreas desabitadas.
Fontes de hospitais em Gaza afirmam que quase 800 palestinos já morreram nas operações israelenses. O governo de Israel diz que 13 cidadãos morreram.
Frente diplomática
No Cairo, os representantes dos principais grupos palestinos, Hamas e Fatah, tentam articular um cessar-fogo.
O Hamas pediu mais detalhes sobre os planos de trégua apresentados pelo Egito e pela França, mas um porta-voz adiantou que o grupo deve rejeitar qualquer idéia que não inclua a suspensão do cerco de Israel ao território.
Já o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou lamentar que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) tenha fracassado na tentativa de interromper a ofensiva israelense.
Mesmo assim, ele disse manter grandes expectativas sobre a iniciativa egípcia, como forma de implementar a resolução.
O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse no entanto, que a continuação dos ataques com foguetes prova que a resolução da ONU é "impraticável".
Na sexta-feira à noite, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou, em um telefonema a Olmert, estar decepcionado com a continuação da violência em Gaza, apesar da pressão internacional por um cessar-fogo.
Ainda na sexta-feira, a agência de auxílio aos refugiados palestinos da Organização das Nações Unidas (UNRWA, na sigla em inglês) anunciou que iria retomar as operações na Faixa de Gaza “assim que possível”, depois de receber de Israel garantias de segurança a seus funcionários, informou uma porta-voz.
O anúncio foi feito um dia depois de a UNRWA ter suspendido os trabalhos de distribuição de alimentos na região, após um ataque israelense ter atingido membros de sua equipe, matando um motorista e ferindo outro.
Crime de guerra
A Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, afirmou que uma suposta recusa de socorro dos militares israelenses a feridos na Faixa de Gaza pode constituir um crime de guerra.
Ele se refere a uma denúncia feita pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha de que uma de suas equipes teria encontrado crianças que teriam ficado junto aos corpos de suas mães depois de elas terem sido mortas em um ataque israelense perto da Cidade de Gaza.
“O incidente descrito pela Cruz Vermelha é comprometedor, porque tem todos os elementos que constituem um crime de guerra”, disse ela à BBC.
A ONU pediu que observadores de direitos humanos sejam levados para Gaza, Israel e para a Cisjordânia para que estas violações possam ser documentadas de maneira independente.