Mauro Santayana
O ministro da Defesa gosta de ocupar todos os espaços. É provável que ele não tenha consultado o Itamaraty em sua decisão de fornecer foguetes ao Paquistão. Qualquer pessoa de bom senso sabe que não podemos vender nem mesmo armas leves ao Paquistão e a Índia, que têm conflitos territoriais não resolvidos (no caso da Caxemira) e se encontram sempre à beira de uma guerra. Além do mais, se não nos movessem preocupações éticas, deviam mover-nos razões pragmáticas. A Índia é nossa sócia no clube dos quatro grandes países emergentes, juntamente com a Rússia e a China, e devemos preservar essa aliança.
Por outro lado, Jobim parece inclinado a comprar aviões dos norte-americanos (que não nos repassam tecnologia e dos quais dependeremos de peças de reposição), em detrimento de aeronaves européias, de melhor desempenho, e de tecnologia aberta aos compradores. É outro negócio que não nos convém.