No que respeita à Marinha, os documentos assinados nesta terça-feira (23/12) prevêem, no contexto de uma parceria estratégica entre o Brasil e a França, a construção, no Brasil, de quatro submarinos convencionais do tipo Scorpène, isto é, movidos a propulsão diesel-elétrica, e o desenvolvimento do projeto, bem como a construção, de um submarino movido a propulsão nuclear. Toda a parte nuclear propriamente dita será desenvolvida exclusivamente pelo Brasil.
Para a implementação dos objetos acima descritos, está prevista, contratualmente, toda a transferência de tecnologia necessária, não só aos projetistas da Marinha, mas também a diversas empresas brasileiras que participarão do processo, posto que está previsto um elevado índice de nacionalização na fabricação dos submarinos. Até o momento, já há mais de trinta empresas nacionais envolvidas, que contribuirão com mais de 36 mil itens, inclusive sistemas complexos.
Estão previstos, ainda, o projeto e construção de um estaleiro especialmente dedicado à construção de submarinos nucleares, o que constitui prática universal, em face dos requisitos tecnológicos, ambientais e de controle de qualidade de tais instalações. Naturalmente, submarinos convencionais também serão ali produzidos. Junto ao estaleiro será construída, ainda, uma base naval para apoio a esses submarinos.
No entender da Marinha, os maiores benefícios para a nação serão, além dos bens e meios incorporados ao patrimônio naval, a transferência de tecnologia, o elevado índice de nacionalização e a considerável geração de empregos, que, consideradas as construções civis da base e do estaleiro e a própria operação deste, ultrapassa a casa dos dois mil empregos diretos e cerca de seis mil indiretos.
No mais, a Marinha vislumbra novos horizontes, com um venturoso porvir, graças à visão estratégica do atual governo, evidenciada com a promulgação recente da Estratégia Nacional de Defesa.