Marco Aurélio Reis
Rio - Numa solenidade militar com a presença do vice-presidente da República, José Alencar, e do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, a Escola de Especialistas de Aeronáutica formou no fim de novembro, 933 novos Sargentos para a Força Aérea Brasileira. Perfilada no pátio estava a 227ª Turma do Curso de Formação de Sargentos (352 formados), da 2ª Turma de Sargentos Especialistas em Controle de Tráfego Aéreo — “Modalidade Especial” (159 formados), e da 11ª Turma do Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento (com 422 formados e formação anterior em áreas de interesse da FAB). O assunto dominante era, porém, o constrangedor desligamento por fraude de um dos alunos às vésperas da cerimônia.
Do grupo de civis, esse aluno chamava a atenção por não ter fomação de base compatível com seus colegas de classe. Como isso seria possível se todos haviam passado pela mesma seleção?, questionavam seus professores. Com a solidariedade típica da caserna, o aluno era ajudado com aulas de reforço pelos colegas de classe. Mesmo assim, seu desempenho nas provas ficava aquém do esperado, porém dentro da média para sair do curso com a graduação de sargento.
Até mesmo seus colegas passaram a desconfiar como aquele aluno havia sido aprovado na mesma seleção a que foram submetidos. Com a ajuda da Polícia Federal, as suspeitas foram confirmadas: o aluno havia pago a um professor de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, para fazer a prova de seleção por ele. Segundo comentários nos quartéis da FAB no Rio, o valor seria em torno de R$ 20 mil, sendo R$ 10 mil antes da prova.
Na polícia, ex-aluno disse que soube que o mesmo professor havia fraudado outras seleções na FAB e na Marinha. Por isso, teria decido pagar para ele fazer a prova para a escola de especialistas, uma vez que em seleção anterior o ex-aluno não tinha conseguido a aprovação.