O 6º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), sediado em Roraima, negou ontem que sejam verdadeiras as informações dadas por um jornal guianense dando conta de que a ponte sobre o rio Tacutu estaria com trechos afundando e, por conta disso, só poderá ser inaugurada em fevereiro.
Segundo matéria, seria pouco provável que a ponte esteja concluída em dezembro como vem sendo divulgado no Brasil. O jornal Stabroek News publicou informações a partir de uma entrevista concedida por um militar brasileiro, responsável pela obra.
Na matéria consta que, apesar de a construção da ponte já estar concluída, “inexplicavelmente algumas partes começaram a afundar ou rachar, e isso tem sido motivo de preocupação”.
Ele afirmou ao jornal que um trecho na parte de cima da ponte teve que ser escavado, o que poderia indicar um problema com as placas de concreto. O militar citado na matéria informou ainda que a correção do problema foi adiada devido à indisponibilidade de equipamentos necessários.
A Folha entrou em contato com a Assessoria de Comunicação do 6º BEC, que informou que o cronograma de trabalho aprovado prevê a entrega da ponte em meados de 2009. “No entanto, o 6º BEC tem envidado esforços para concluir a construção da ponte, a inversão de mão de direção e a 1 milha [aproximadamente 1.600m] muito antes do planejado. A data de inauguração será determinada em conformidade com a agenda dos Presidentes do Brasil e da Guiana”.
O Exército acrescentou que ainda faltam ser concluídos alguns trabalhos de terraplenagem na inversão de mão de direção e na milha, a pavimentação asfáltica, a drenagem superficial, valetas e sarjetas, a proteção vegetal dos taludes dos aterros, a sinalização e a iluminação da ponte. Todos esses trabalhos já estão em fase de planejamento, licitação ou execução, com apoio inclusive do Governo do Estado de Roraima e DNIT.
No entanto, a Assessoria de Comunicação negou que o acesso rodoviário à ponte em Lethem esteja sendo dificultado por indisponibilidade de peças, equipamentos ou asfalto. Segundo a assessoria, o acesso rodoviário está interrompido porque estão em curso trabalhos com máquinas pesadas e caminhões basculantes, o que requer medidas de interrupção do tráfego para a segurança. “Cabe ressaltar que a liberação dependerá de outras medidas a serem implementadas por diversos órgãos dos governos do Brasil e da Guiana”.
Em relação à denúncia de que partes da ponte começaram a afundar inexplicavelmente, o Exército afirmou que não há partes da ponte com problemas técnicos. “Está sendo executada, nos encabeçamentos junto à ponte, a correção da acomodação do aterro, aspecto comum em pontes daquela envergadura e em locais cujo nível dos rios sofra variações significativas durante os períodos de inverno e verão. Em conseqüência, somente está sendo feito um reaterro e compactação desses encabeçamentos para adequação ao tipo de solo e hidrografia”, disse a assessoria em nota.
Segundo o 6º BEC, a drenagem subterrânea já foi concluída e estão em andamentos alguns trabalhos de drenagem superficial, como valetas coletoras. Além disso, a assessoria disse que não há qualquer problema com as placas de concreto. Apenas estão sendo reposicionadas em função do reaterro e compactação.