Marília de Camargo Cesar, de São Paulo
Quando o produto que você vende é tão abstrato quanto a segurança, fica mais difícil mensurar resultados da implementação de um programa para tornar excelente a gestão de sua empresa. E quando sua empresa na verdade é uma unidade do Exército brasileiro, ser finalista do Prêmio Nacional da Qualidade adquire um sabor especial. "Tudo o que a Suzano faz nós fazemos também", orgulhava-se ontem, em São Paulo, o comandante Aloísio Lamim, devidamente fardado, ao ser informado oficialmente pelos conselheiros da Fundação Nacional da Qualidade que o 4º Regimento de Carros de Combate, o qual dirige, é o primeiro órgão público a levar o prêmio - na verdade, foi um dos finalistas de 2008. Os parâmetros da fundação para chegar a um finalista ou destaque em apenas um dos critérios da premiação são tão rigorosos que ser "apenas" finalista não diminui em nada o prazer das empresas que o conseguem.
Lamim comanda um efetivo de 500 homens e um conjunto de 54 Leopard 1A1, mais comumente chamados de tanques de guerra, na pequena Rosário do Sul, município com 40 mil habitantes situado a 390 quilômetros de Porto Alegre. O tenente-coronel Lamim acredita que o exemplo de seu regimento poderá ser seguido por outras unidades do Exército e também da Marinha e da Força Aérea. "Nossa unidade é pioneira, mas outras podem buscar também a excelência gerencial." Entre os resultados obtidos após a implantação do modelo da FNQ o comandante cita um melhor planejamento e direcionamento do orçamento do corpo, que gira em torno de R$ 1,5 milhão por ano. No almoxarifado, todos os procedimentos que resultam em compras ou distribuição de material também foram otimizados.
"Com essa crise que se aproxima, possivelmente sofreremos cortes no orçamento e é na crise que esses aprendizados se tornam ainda mais importantes", observou Lamim.