O ditador líbio Muammar Kaddafi chegou ontem em Moscou para realizar acordos sobre venda de armas e energia. As negociações podem envolver ainda a abertura de uma base naval russa na Líbia, para contrabalançar a força dos EUA na África.
Os russos buscam estreitar os laços com o antigo aliado do período da Guerra Fria no momento em que Trípoli começa a se aproximar do Ocidente.
Kaddafi pôs fim ao isolamento internacional da Líbia em 2003, quando renunciou ao terrorismo, desistiu de desenvolver armas nucleares e admitiu responsabilidade no atentado a bomba de 1988 que explodiu um avião da PanAm e deixou 270 mortos. Ontem, em mais um importante gesto de aproximação com os EUA, a Líbia pagou US$ 1,5 bilhão ao fundo para vítimas de terrorismo.
Desde a abertura líbia, países do Ocidente aceleraram os investimentos no país, aumentaram a compra de petróleo e os fabricantes de armas europeus começaram a competir para vender armas ao governo de Kaddafi.
Ao mesmo tempo, a Rússia agiu para reconquistar o antigo aliado. Em abril, o então presidente russo Vladmir Putin, em visita à Líbia, fechou acordos nas área de energia, transporte e armas.