Por alguns minutos, a Base Aérea de Belém foi tomada pelo choro, abraços e beijos para matar a saudade. A cena aconteceu depois que o Boing KC 137 pousou em solo paraense, trazendo 130 militares paraenses que, por seis meses, integraram a tropa da Organização das Nações Unidas (ONU) em missão de paz no Haiti. Ontem, os militares puderam reencontrar suas famílias, mas por pouco tempo. Eles ainda cumprirão um período de quarentena, antes de retornar para suas casas.
Antes do avião pousar, os olhos de Michele Costa já estavam marejados. Ela e o filho, Isaac, de apenas dois anos, esperam ansiosos pela volta do soldado Rodrigo Costa. Hoje, o casal completa três anos de casado e Michele não via a hora de trocar os beijos virtuais pelos reais. 'Para diminuir a saudade nós nos falávamos sempre pela internet, mas não era suficiente. Nunca passamos tanto tempo afastados, meu filho e eu sofremos muito com a ausência do Rodrigo', disse. A poucos metros dali, Rodrigo, marido de Michele, assistia à cena, enquanto aguarda autorização para se aproximar. 'Os militares serão submetidos a exames médicos e laboratoriais, receberão o acompanhamento de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. Eles vivenciaram momentos muito tensos no Haiti e precisam se tranqüilizar antes de voltarem à sua rotina', disse o tenenete-coronel Cássio Grilli, da seção de Comunicação da 8ª Região Militar.