BRASÍLIA - Os 12 helicópteros MI-35M, de ataque, que o Comando da Aeronáutica comprou em outubro, na Rússia, serão empregados "fundamentalmente na Amazônia", de acordo com o brigadeiro Juniti Saito, comandante da aviação.
A formalização da escolha foi anunciada no Rio, durante o encontro entre os presidentes Lula e Dimitri Medvedev há três dias. O valor do contrato é estimado em não menos de US$ 250 milhões - US$ 20,3 milhões cada unidade, considerados suprimentos, peças, componentes, documentação e treinamento.
No processo de seleção, iniciado há sete meses, foi considerado também o helicóptero italiano Agusta AW-129. Segundo um integrante ao Alto Comando, pesou na decisão do colegiado de oficiais o fato de a aeronave russa, em diversas versões, ter sido provada em 22 diferentes conflitos entre 1977 e 2008.
Também foi fundamental a garantia de pronta entrega oferecida pela agência russa Rosoboronexport. O modelo selecionado é o arranjo mais avançado da série iniciada faz 36 anos, na extinta União Soviética. A aeronave é empregada por 34 países entre os quais, na América Latina, Venezuela, Peru, Cuba e Nicarágua.
O cronograma de referência para as entregas prevê a chegada dos primeiros três MI-35M até agosto de 2009 e a dos últimos três em 2011. A especificação da FAB para o equipamento exige sistemas que permitam o combate noturno, redutor de ruído e de emissão de calor em ambas as turbinas de 2.200 shp.
A tripulação - dois pilotos - ocupa cabines independentes cobertas por dois globos blindados. O compartimento traseiro pode acomodar até oito soldados equipados. Os cabides externos levam até 1.500 quilos de armas - mísseis, foguetes, bombas de até 500 kg - ou 2,5 toneladas de cargas.
Toda a seção inferior é revestida com placa bimetálica resistente a tiros e impacto equivalente ao calibre .50 ou granadas. Sob a fuselagem, na seção dianteira, uma torre abriga um canhão de alta velocidade, que pode ser o russo GsH de 23 milímetros, o Gatling americano de 20mm ou um rotativo de 30 mm.