O presidente da República da Coréia, Lee Myung-bak, chega ao Brasil trazendo na bagagem uma oferta para a Marinha. A Hyundai, que além de montar carros é um dos cinco maiores construtores mundiais de navios, quer construir no Rio de Janeiro quatro destróieres da classe KDX2 — embarcações extremamente bem armadas e equipadas, que deslocam 5.200t — ao custo unitário de US$ 420 milhões.
Como atrativo extra, ofereceram a doação de 10 pequenas corvetas da classe Pohang, de 1.200t. São barcos empregados em missões de vigilância, que permitiriam ampliar imediatamente a capacidade nacional de fiscalização das águas territoriais. Os sul-coreanos também querem dar apoio tecnológico para a fabricação dos futuros navios-patrulha oceânicos (NaPaOc), que terão entre 1.200t e 2.000t. Há necessidade de 16 unidades com essas especificações.
A Marinha do Brasil pretende, em 2011, começar os trabalhos de construção de três unidades de até 6 mil toneladas para substituir as seis fragatas da classe Niterói, construídas, com apoio dos estaleiros britânicos Vosper, entre o fim da década de 1970 e o início dos anos 1980. Em junho, uma comitiva da Hyundai visitou o Arsenal de Marinha e manteve conversas preliminares com a Empresa de Projetos Navais (Engepron), estatal encarregada do projeto e desenvolvimento dos navios de guerra brasileiros. Nas reuniões, o fabricante coreano mostrou interesse em assumir as instalações da Marinha para modernizá-las, ampliá-las e empregá-las na construção de petroleiros e plataformas de produção de petróleo em alto-mar.
O Ministério da Defesa defende um projeto similar com a DCNS francesa, para fabricar três fragatas Fremm, de 6.500t, com custo unitário de US$ 600 milhões na configuração antiaérea. O projeto faz parte de um programa de intercâmbio tecnológico entre as autoridades militares de Brasília e Paris.
O trabalho envolveria a recuperação e a modernização do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, que acaba de entregar a corveta Barroso, depois de 17 anos de trabalho — prazo extremamente longo para os padrões internacionais. A primeira unidade seria entregue em 2014, depois de três anos do início da montagem. A Espanha também jogou sua cartada, a fragata F-100, que, além de equipar a esquadra nacional, foi exportada para a Austrália e a Dinamarca. (PPR)