SÃO PAULO - O avião de grande porte interceptado na tarde de sexta-feira por um caça F-5M, da Força Aérea Brasileira (FAB), quando fazia um vôo irregular no Litoral Sul do Rio, era um cargueiro DC-8 de Gana, matrícula 9G-AXA, operado pela empresa Air Charter Express. O supersônico de combate estava armado com um canhão de 20 milímetros e dois mísseis.
O jato comercial fora fretado pelo governo da Grã-Bretanha para um vôo desde Port Stanley, no arquipélago das Malvinas, no Sul do Atlântico, até a Ilha de Ascensão, na linha do Norte da África.
Os pilotos do DC-8, um peruano e um francês, pretendiam fazer uma escala para reabastecimento no aeroporto de Cabo Frio e declararam aos controladores do Cindacta-II (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego) que se tratava de aeronave militar.
"Verificou-se, em poucos segundos, que não havia registro nessa categoria, nem a documentação adequada à autorização de pouso", informou ontem, por nota, o Comando da Aeronáutica. Nesse momento, pouco antes das 15 horas, foi acionado o sistema de alerta do 1º Grupo de Aviação de Caça, da base aérea de Santa Cruz.
O cargueiro foi interceptado às 15h10, a 35 mil pés de altitude. Segundo a Aeronáutica, "a tripulação estrangeira obedeceu à ordem de aterrissagem no Aeroporto Internacional do Galeão". Em terra, oficiais da FAB e agentes da Polícia Federal inspecionaram o DC-8. Segundo o titular do Comando de Defesa Aérea (Coda), coronel Álvaro Mário Pandolpho da Costa e Silva, "liberado, o avião estrangeiro decolou no sábado de manhã rumo à Ilha de Ascensão".