WASHINGTON - A China cancelou ou adiou ontem uma série de contatos militares e diplomáticos com os Estados Unidos, em protesto contra um pacote de US$ 6,5 bilhões de venda de armas norte-americanas a Taiwan, informou o porta-voz do Pentágono. "A ação chinesa foi infeliz e resultará em oportunidades perdidas", disse o major Stuart Upton. Na sexta-feira, o governo norte-americano anunciou a venda de armas a Taiwan.
Upton disse que visitas de oficiais de alto escalão de ambos os países e manobras conjuntas envolvendo ajuda humanitária a vítimas de desastres, que deveriam ocorrer antes do final de novembro, foram canceladas ou adiadas.
"Em resposta ao anúncio da venda de armas a Taiwan na sexta-feira, a República Popular da China cancelou ou adiou vários encontros militares que aconteceriam", disse Upton, lamentando a "politização" das relações militares entre os dois países. "Foi um passo desafortunado", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Wood.
Reação
Pequim ficou furiosa com a decisão americana de vender US$ 6,5 bilhões a Taiwan em equipamento militar de tecnologia de ponta, o que inclui mísseis guiados e helicópteros de ataque. A China, que considera a ilha de Taiwan uma província rebelde, afirma que a venda de armas interfere em assuntos internos e prejudica a segurança nacional.
"O governo chinês e o povo chinês se opõem de maneira forte às ações do governo dos Estados Unidos, que prejudicam os interesses e as relações sino-americanas", disse no sábado o ministro das Relações Exteriores da China, que convocou os diplomatas americanos em Pequim a escutarem um sonoro protesto.
O embaixador da China nos EUA, Zhou Wenzhong, prometeu fazer um protesto formal no Departamento de Estado, em Washington. Os EUA são o mais importante aliado de Taiwan e seu maior fornecedor de armamentos. As vendas de armas dos EUA a Taiwan são um assunto crucial porque qualquer disputa entre Taiwan e a China poderia envolver os EUA.
Na sexta-feira, a Agência de Cooperação e Defesa dos EUA notificou o Congresso americano que planeja vender mais de US$ 6,5 bilhões em armas de alta tecnologia a Taiwan. Segundo os procedimentos, a venda será efetuada em 30 dias se nenhum parlamentar fizer objeções. O Congresso dos EUA entrou em recesso na sexta-feira.