Scorpène
As más relações entre a indústria espanhola Navantia e a francesa DCNI parecem ter, definitivamente, chegado a um ponto de não-retorno. O fim da relação industrial e comercial entre as duas empresas parece poder corresponder ao fim do submarino Scorpène ou do consórcio em que a empresa espanhola participava com um terço e a francesa com os restantes dois terços.
Os problemas entre franceses e espanhóis não são novos e começaram há anos atrás, quando a empresa espanhola optou por incluir sistemas de origem norte-americana no seu projeto S-80.
Entre as questões que se levantaram, esteve a opção espanhola por conceber um sistema de propulsão independente do ar próprio, que colocava de fora da corrida o sistema MESMA de origem francesa.
Para piorar as coisas, a Espanha optou por incorporar nos seus submarinos S-80 um conjunto de sistemas e subsistemas de combate de origem norte-americana, deixando de fora o sistema SUBTICS francês.
Os estaleiros franceses tentaram implementar, com vários parceiros europeus, uma política de parcerias em que os seus projetos poderiam ser co-participados, tendo como contra-partida a encomenda à indústria francesa de parte dos sistemas.
Aparentemente, como já tinha acontecido na tentativa franco-britânica de construir um porta-aviões com componentes comuns, as necessidades específicas de cada país acabaram por colocar areia na engrenagem.
Os franceses acusaram os espanhóis de terem aproveitado o know-how e a tecnologia francesa para depois esquecerem a sua parte do acordo e comprarem os sistemas restantes dos EUA, nomeadamente o sistema de combate à Lockheed Martin, o que criou ainda mais problemas entre franceses e espanhóis.
A indústria espanhola, por seu lado, tem tentado vender o seu S-80 como um novo submarino, embora a similaridade com o Scorpène seja tão evidente que a tentativa não tem tido sucesso.
Mas, embora se trate basicamente do mesmo sistema, com pequenas mudanças, essas mudanças permitem aos estaleiros espanhóis a apresentação do S-80 como um submarino diferente, levando a que seja apresentado internacionalmente contra o próprio Scorpène.
Os franceses exigiram que os espanhóis esclarecessem a situação, mas não receberam qualquer resposta concreta.
Aparentemente os espanhóis alegam que o Scorpène é um modelo menos sofisticado e de menores dimensões, dado o submarino espanhol ter um deslocamento de 2.400 ton contra 1.700 do Scorpène.
Aparentemente os franceses estão fartos, e a gota d`água foi a apresentação do S-80 à Turquia, onde o vencedor acabou sendo o modelo alemão U-214. A DCNI quer terminar o contrato com a Navantia antes do final de 2008. Ou a Navantia sai do consórcio, ou o consórcio, pura e simplesmente, acaba.
O Brasil e o Marlin/Scorpène
Conforme adiantado em janeiro deste ano pelo areamilitar.net, a proposta francesa para o fornecimento de submarinos convencionais ao Brasil é 100% francesa e não passa pela Navantia espanhola. Esse fato permitiu concluir que o submarino proposto ao Brasil já não era o Scorpène, mas sim o Marlin.
Recentemente o Brasil acertou a compra de quatro submarinos com a França mas, mais uma vez, não foi anunciada qualquer participação espanhola no projeto.
Embora a designação comercial Scorpène continue a ser utilizada e referida mesmo pelas autoridades militares brasileiras, os franceses querem terminar com a questão Scorpène/Marlin antes que o Brasil e a França assinem um acordo para a venda dos submarinos.
A Espanha está fora do projeto, concorre contra ele com o S-80 mas, mesmo assim, continua a exigir sua parte no consórcio sempre que a DCNI efetua uma venda internacional com o nome Scorpène. Por isso, os franceses querem, pura e simplesmente, acabar com a ligação à Navantia, não se sabendo se isso passa pelo fim da marca Scorpène, ou se poderá passar pela saída da Navantia do consórcio.
O que parece certo é que o Brasil será o próximo cliente do sistema. Se o futuro submarino brasileiro será conhecido como um derivado do Marlin ou do Scorpène, depende das decisões das próximas semanas, que não serão técnicas, mas puramente contratuais. Por isso, para o Brasil, a mudança não deverá ter qualquer conseqüência.
Se os espanhóis complicarem a situação, o mais provável é a apresentação por parte dos franceses do Marlin, que passará, assim, a concorrer com o S-80 espanhol quando, e se, esse submarino for proposto internacionalmente.
Os problemas entre franceses e espanhóis não são novos e começaram há anos atrás, quando a empresa espanhola optou por incluir sistemas de origem norte-americana no seu projeto S-80.
Entre as questões que se levantaram, esteve a opção espanhola por conceber um sistema de propulsão independente do ar próprio, que colocava de fora da corrida o sistema MESMA de origem francesa.
Para piorar as coisas, a Espanha optou por incorporar nos seus submarinos S-80 um conjunto de sistemas e subsistemas de combate de origem norte-americana, deixando de fora o sistema SUBTICS francês.
Os estaleiros franceses tentaram implementar, com vários parceiros europeus, uma política de parcerias em que os seus projetos poderiam ser co-participados, tendo como contra-partida a encomenda à indústria francesa de parte dos sistemas.
Aparentemente, como já tinha acontecido na tentativa franco-britânica de construir um porta-aviões com componentes comuns, as necessidades específicas de cada país acabaram por colocar areia na engrenagem.
Os franceses acusaram os espanhóis de terem aproveitado o know-how e a tecnologia francesa para depois esquecerem a sua parte do acordo e comprarem os sistemas restantes dos EUA, nomeadamente o sistema de combate à Lockheed Martin, o que criou ainda mais problemas entre franceses e espanhóis.
A indústria espanhola, por seu lado, tem tentado vender o seu S-80 como um novo submarino, embora a similaridade com o Scorpène seja tão evidente que a tentativa não tem tido sucesso.
Mas, embora se trate basicamente do mesmo sistema, com pequenas mudanças, essas mudanças permitem aos estaleiros espanhóis a apresentação do S-80 como um submarino diferente, levando a que seja apresentado internacionalmente contra o próprio Scorpène.
Os franceses exigiram que os espanhóis esclarecessem a situação, mas não receberam qualquer resposta concreta.
Aparentemente os espanhóis alegam que o Scorpène é um modelo menos sofisticado e de menores dimensões, dado o submarino espanhol ter um deslocamento de 2.400 ton contra 1.700 do Scorpène.
Aparentemente os franceses estão fartos, e a gota d`água foi a apresentação do S-80 à Turquia, onde o vencedor acabou sendo o modelo alemão U-214. A DCNI quer terminar o contrato com a Navantia antes do final de 2008. Ou a Navantia sai do consórcio, ou o consórcio, pura e simplesmente, acaba.
O Brasil e o Marlin/Scorpène
Conforme adiantado em janeiro deste ano pelo areamilitar.net, a proposta francesa para o fornecimento de submarinos convencionais ao Brasil é 100% francesa e não passa pela Navantia espanhola. Esse fato permitiu concluir que o submarino proposto ao Brasil já não era o Scorpène, mas sim o Marlin.
Recentemente o Brasil acertou a compra de quatro submarinos com a França mas, mais uma vez, não foi anunciada qualquer participação espanhola no projeto.
Embora a designação comercial Scorpène continue a ser utilizada e referida mesmo pelas autoridades militares brasileiras, os franceses querem terminar com a questão Scorpène/Marlin antes que o Brasil e a França assinem um acordo para a venda dos submarinos.
A Espanha está fora do projeto, concorre contra ele com o S-80 mas, mesmo assim, continua a exigir sua parte no consórcio sempre que a DCNI efetua uma venda internacional com o nome Scorpène. Por isso, os franceses querem, pura e simplesmente, acabar com a ligação à Navantia, não se sabendo se isso passa pelo fim da marca Scorpène, ou se poderá passar pela saída da Navantia do consórcio.
O que parece certo é que o Brasil será o próximo cliente do sistema. Se o futuro submarino brasileiro será conhecido como um derivado do Marlin ou do Scorpène, depende das decisões das próximas semanas, que não serão técnicas, mas puramente contratuais. Por isso, para o Brasil, a mudança não deverá ter qualquer conseqüência.
Se os espanhóis complicarem a situação, o mais provável é a apresentação por parte dos franceses do Marlin, que passará, assim, a concorrer com o S-80 espanhol quando, e se, esse submarino for proposto internacionalmente.