Medvedev promete modernização e nova frota de navios de guerra
O governo russo anunciou ontem que pretende melhorar seu sistema de defesa nuclear e modernizar suas Forças Armadas até 2020, indicando uma nova escalada armamentista no país. Os planos do Kremlin incluem a construção de um novo sistema de defesa aeroespacial e de uma frota de navios de guerra e submarinos nucleares. "Recentemente, tivemos de repelir uma agressão do regime georgiano e, como percebemos, uma guerra pode ser deflagrada de repente", afirmou ontem o presidente russo, Dimitri Medvedev.
O discurso de Medvedev a comandantes do Exército marca a maior iniciativa de defesa da Rússia na última década. "Devemos garantir nossa superioridade", afirmou o presidente após assistir a exercícios militares que envolveram 40 mil soldados. Ele também garantiu que a modernização militar passa a ser uma de suas prioridades.
Os problemas financeiros da Rússia após a queda do regime soviético, em 1991, atingiram fortemente as Forças Armadas. Mas os recursos da exploração de petróleo fizeram com que, recentemente, o problema começasse a ser resolvido.
Além de serem justificados pela recente guerra na Geórgia, analistas dizem que os planos de modernização militar parecem servir como uma resposta de Moscou ao projeto dos EUA de construir um escudo antimísseis no Leste Europeu. O Kremlin considera a instalação do escudo em países vizinhos uma ameaça à sua segurança.
Mas alguns acreditam que, em termos militares, faz pouco sentido o governo russo gastar grandes somas com o sistema de defesa nuclear. O maior déficit da Rússia seria em armas convencionais.
A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, afirmou ontem em Washington que a iniciativa russa não vai afetar o atual equilíbrio de poder. "O equilíbrio de poder em termos de defesas nucleares não será afetado por essas medidas", disse. Na entrevista, Condoleezza também classificou o sistema de defesa nuclear americano como "robusto".