"O Gripen é a melhor escolha"
Às vésperas do anúncio da nova política de defesa, Defesa@Net entrevistou Bengt Janér, diretor da SAAB no país. A empresa é uma das cinco principais detentoras mundiais de tecnologia de caças supersônicos de última geração. Janér também é diretor geral da Gripen Brasil, braço da Gripen International, que fabrica o caça do mesmo nome – o Gripen NG, caça multifunção que é a grande aposta da empresa para equipar as forças aéreas de diversos países.
Nesta entrevista, o executivo reforça que a empresa sueca está, mais do nunca, no páreo do projeto F-X2. Entre outros temas, ele ratifica a disposição da Gripen em transferir tecnologia para o sistema de defesa do Brasil. Esta, aliás, é uma das exigências do Plano Estratégico das Forças Armadas.
DEFESA@NET - Uma das condições do governo brasileiro no projeto FX-2 é a transferência de tecnologia. A Gripen atende a este requisito?
Bengt Janér - A indústria de defesa sueca tem uma tradição de transferência de tecnologia para o Brasil. Começou na década de 50, quando a Bofors transferiu para o Arsenal de Guerra do Exército Brasileiro a produção do canhão de 40mm e foi expandido nos anos 80 junto à indústria nacional (CBV). No contexto do F-X1, a SAAB já havia proposto um amplo programa de transferência de tecnologia que atendia plenamente aos requisitos do programa. Para o F-X2, a SAAB, fortemente apoiada pelo governo sueco, tem total disposição para transferência de tecnologia sem restrições. A empresa tem vários programas de cooperação em andamento no mundo, muitos relacionados ao Gripen. Na República Checa e na Hungria, todos os compromissos de offsets e transferência de tecnologia foram atendidos e, em muitos casos, excedidos. Junto à África do Sul, as primeiras aeronaves Gripen começaram a ser entregues em paralelo a um programa que envolve parcerias tecnológicas com a indústria local. A indústria sul-africana também participa na produção de subconjuntos estruturais para todos os Gripen produzidos na Suécia.
DEFESA@NET - Porque um caça monomotor no século XXI?
Bengt Janér - A questão de monomotor versus bimotor na aviação de caça está mais relacionada ao tamanho e peso da aeronave do que à confiabilidade. O nível de confiança dos modernos motores de caça é excelente, permitindo que as forças aéreas adotem caças monomotores como seu principal vetor. É o caso do JSF (F-35), que será equipado apenas com um motor. Em especial, com relação ao Gripen NG, o motor selecionado é o GE F-414 que é derivado do F-404 com milhões de horas acumuladas com um histórico de confiabilidade demonstrada. A adoção de monomotor de alta confiabilidade traz como resultado um impacto econômico altamente favorável durante todo o ciclo de vida da aeronave.
DEFESA@NET - Durante o F-X1, uma das críticas feitas ao Gripen era de seu alcance limitado. Como é o Gripen NG?
Bengt Janér - O Gripen NG incorpora uma modificação estrutural inovadora. O trem de pouso principal foi deslocado para a lateral e a fuselagem central foi alargada aumentando a quantidade de combustível interno em cerca de 40%. Com isso o Gripen NG passa a ter uma das maiores autonomias dentre os caças disponíveis no mercado, considerando-se apenas a quantidade de combustível interno. É importante também ressaltar que, juntamente ao aumento da capacidade de combustível, a estrutura foi totalmente reforçada e o peso de decolagem foi aumentado significativamente. Isso permite que com tanques subalares, o Gripen NG tenha um alcance maior que, por exemplo, o Rafale.
DEFESA@NET - O Gripen NG está em desenvolvimento. Ele é um produto confiável?
Bengt Janér - Totalmente confiável. O Gripen NG é uma evolução da família Gripen e incorpora vários avanços e atualizações tecnológicas, como por exemplo, novos radares com maior alcance, e que só agora se tornaram disponíveis. Diversas características são resultado da experiência acumulada da frota. O Gripen NG é a resposta da SAAB – bem como a grande aposta da empresa – a demandas de mercado internacional por um produto inovador e com abertura para cooperação. Este fato é altamente positivo, pois o torna o único produto do mercado que possibilita a participação de outras indústrias aeronáuticas em sua fase de desenvolvimento permitindo assim a real transferência de tecnologia. Por isso que afirmo que estamos prontos para atender e superar todos os requisitos e expectativas da FAB e do Governo Brasileiro.
DEFESA@NET - Na sua avaliação, quais são as outras aeronaves que atenderiam os requisitos brasileiros?
Bengt Janér - Esta é uma pergunta que poderia ser respondida pelos técnicos e autoridades envolvidas no processo. Mas, pelo que conheço de nosso país e dos fornecedores de equipamentos – não necessariamente de tecnologia – o Gripen seria a melhor escolha. Sem dúvida.
Às vésperas do anúncio da nova política de defesa, Defesa@Net entrevistou Bengt Janér, diretor da SAAB no país. A empresa é uma das cinco principais detentoras mundiais de tecnologia de caças supersônicos de última geração. Janér também é diretor geral da Gripen Brasil, braço da Gripen International, que fabrica o caça do mesmo nome – o Gripen NG, caça multifunção que é a grande aposta da empresa para equipar as forças aéreas de diversos países.
Nesta entrevista, o executivo reforça que a empresa sueca está, mais do nunca, no páreo do projeto F-X2. Entre outros temas, ele ratifica a disposição da Gripen em transferir tecnologia para o sistema de defesa do Brasil. Esta, aliás, é uma das exigências do Plano Estratégico das Forças Armadas.
DEFESA@NET - Uma das condições do governo brasileiro no projeto FX-2 é a transferência de tecnologia. A Gripen atende a este requisito?
Bengt Janér - A indústria de defesa sueca tem uma tradição de transferência de tecnologia para o Brasil. Começou na década de 50, quando a Bofors transferiu para o Arsenal de Guerra do Exército Brasileiro a produção do canhão de 40mm e foi expandido nos anos 80 junto à indústria nacional (CBV). No contexto do F-X1, a SAAB já havia proposto um amplo programa de transferência de tecnologia que atendia plenamente aos requisitos do programa. Para o F-X2, a SAAB, fortemente apoiada pelo governo sueco, tem total disposição para transferência de tecnologia sem restrições. A empresa tem vários programas de cooperação em andamento no mundo, muitos relacionados ao Gripen. Na República Checa e na Hungria, todos os compromissos de offsets e transferência de tecnologia foram atendidos e, em muitos casos, excedidos. Junto à África do Sul, as primeiras aeronaves Gripen começaram a ser entregues em paralelo a um programa que envolve parcerias tecnológicas com a indústria local. A indústria sul-africana também participa na produção de subconjuntos estruturais para todos os Gripen produzidos na Suécia.
DEFESA@NET - Porque um caça monomotor no século XXI?
Bengt Janér - A questão de monomotor versus bimotor na aviação de caça está mais relacionada ao tamanho e peso da aeronave do que à confiabilidade. O nível de confiança dos modernos motores de caça é excelente, permitindo que as forças aéreas adotem caças monomotores como seu principal vetor. É o caso do JSF (F-35), que será equipado apenas com um motor. Em especial, com relação ao Gripen NG, o motor selecionado é o GE F-414 que é derivado do F-404 com milhões de horas acumuladas com um histórico de confiabilidade demonstrada. A adoção de monomotor de alta confiabilidade traz como resultado um impacto econômico altamente favorável durante todo o ciclo de vida da aeronave.
DEFESA@NET - Durante o F-X1, uma das críticas feitas ao Gripen era de seu alcance limitado. Como é o Gripen NG?
Bengt Janér - O Gripen NG incorpora uma modificação estrutural inovadora. O trem de pouso principal foi deslocado para a lateral e a fuselagem central foi alargada aumentando a quantidade de combustível interno em cerca de 40%. Com isso o Gripen NG passa a ter uma das maiores autonomias dentre os caças disponíveis no mercado, considerando-se apenas a quantidade de combustível interno. É importante também ressaltar que, juntamente ao aumento da capacidade de combustível, a estrutura foi totalmente reforçada e o peso de decolagem foi aumentado significativamente. Isso permite que com tanques subalares, o Gripen NG tenha um alcance maior que, por exemplo, o Rafale.
DEFESA@NET - O Gripen NG está em desenvolvimento. Ele é um produto confiável?
Bengt Janér - Totalmente confiável. O Gripen NG é uma evolução da família Gripen e incorpora vários avanços e atualizações tecnológicas, como por exemplo, novos radares com maior alcance, e que só agora se tornaram disponíveis. Diversas características são resultado da experiência acumulada da frota. O Gripen NG é a resposta da SAAB – bem como a grande aposta da empresa – a demandas de mercado internacional por um produto inovador e com abertura para cooperação. Este fato é altamente positivo, pois o torna o único produto do mercado que possibilita a participação de outras indústrias aeronáuticas em sua fase de desenvolvimento permitindo assim a real transferência de tecnologia. Por isso que afirmo que estamos prontos para atender e superar todos os requisitos e expectativas da FAB e do Governo Brasileiro.
DEFESA@NET - Na sua avaliação, quais são as outras aeronaves que atenderiam os requisitos brasileiros?
Bengt Janér - Esta é uma pergunta que poderia ser respondida pelos técnicos e autoridades envolvidas no processo. Mas, pelo que conheço de nosso país e dos fornecedores de equipamentos – não necessariamente de tecnologia – o Gripen seria a melhor escolha. Sem dúvida.