Tropas georgianas queimam vivos refugiados ossetas do sul
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A mídia de massa israelense publicou diversos artigos em 10 de agosto dedicados à guerra na Ossétia do Sul. Os jornais deram atenção especial aos embarques de armas para a Geórgia, que Israel fez no passado. Uma ex-autoridade do ministério da defesa disse que o exército georgiano não tinha condições de fazer frente ao exército russo.
O Ministério do Exterior da Rússia acusou a Ucrânia de encorajar a Geórgia para intervenções e expurgos étnicos na Ossétia do Sul. A Rússia também afirmou que a Ucrânia havia armado a Geórgia até os dentes. As forças terrestres da Geórgia possuem armas, munição, aviões não tripulados, óculos de visão noturna e outros esquipamentos fabricados em Israel.
O Ministério da Defesa de Israel recomendou a cessação de embarques de armas para a Geórgia depois do início das ações militares na Ossétia do Sul, para não provocar a Rússia.
Batalhas na Ossétia do Sul continuaram por toda a noite. Fontes russas disseram que cerca de 2.000 pessoas haviam sido mortas na Ossétia do Sul.
O Ministério do Exterior da Ucrânia declarou que o país reserva-se o direito de proibir que navios da Marinha do Mar Negro da Rússia voltem à sua base em Sevastopol, na Ucrânia.
A autoridade ucraniana disse que a Ucrãnia não estava disposta a ver-se envolvida no conflito.
Enquanto isso, as forças armadas de outra república não reconhecida, a Abcásia, movimentaram-se para mais perto de sua fronteira com a Geórgia, informa a Interfax, referindo-se ao ministério da defesa da Abcásia.
"A Geórgia não pára suas traiçoeiras ações na fronteira com a Abcásia e continua a intensificar sua presença militar. As forças armadas da república foram forçadas a entrar na zona de segurança e avançar rumo à fronteira georgiana," disse um porta-voz oficial do ministério da defesa da Abcásia.
Noticiou-se que a Geórgia entregou uma nota ao Cônsul da Federação Russa na Geórgia dizendo que a Geórgia pretendia encerrar suas ações militares na Ossétia do Sul no dia 10 de agosto.
A nota disse também que a Geórgia estava pronta para iniciar de imediato negociações de cessar-fogo com a Federação Russa, informa a Interfax.
Entretanto, ferozes batalhas continuaram na Ossétia do Sul em 10 de agosto a despeito da nota oficial. Além disso, o Ministro da Defesa da Geórgia, Timur Yakobashvili, declarou, no domingo, que o recuo das tropas georgianas da Ossétia do Sul estava fora de questão.
"Resolvemos reespraiar nossas tropas para sermos capazes de resistir às forças armadas russas, que superam nossas tropas em número," disse Yakobasvili.
O Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia disse que a Rússia havia perdido apenas dois jatos de combate na zona do conflito, não 12 jatos, ao contrário do que asseveraram anteriormente as autoridades georgianas.
"Esse número não tem nada a ver com o real estado de coisas. Perdemos dois aviões – Su-25 e Tu-22 – e a situação não mudou desde então," disse Anatoly Nogovitsin, alta autoridade de defesa da Rússia.
Jornalistas ossetas escreveram em seu website que as tropas georgianas haviam capturado um grupo de refugiados de uma das regiões da Ossétia do Sul. Os militares georgianos trancaram-nos numa casa e atearam fogo à casa, queimando vivas todas as pessoas dentro dela. Uma mulher osseta informou o Primeiro-Ministro russo Putin do horrendo crime durante a visita dele a um campo de refugiados. Outra mulher contou a Putin que ela havia visto um tanque georgiano passar por cima de uma mulher osseta idosa que estava tentando salvar duas crianças. A mulher estava correndo para fora da vila, ocupada pelas tropas georgianas.
O Ministro do Exterior francês Bernard Kouchner chamou as hostilidades na Ossétia do Sul de "massacres" e também disse, no domingo, que pressionará a Geórgia e a Rússia no sentido de imediata cessação da violência na província separatista georgiana.
Kouchner disse que a União Européia não pode permitir que tal "batalha da Idade Média" continue. Ele falou numa entrevista à Associated Press horas antes de ele e o Ministro do Exterior finlandês Alexander Stubb deixarem Paris para uma reunião com o Presidente georgiano Mikhail Saakashvili em Tbilisi.
A União Européia "não pode aceitar tal guerra, uma terrivelmente devastadora e ... inaceitável guerra, ante nossas portas," disse Kouchner. A França vem exercendo a presidência rotativa de seis meses da União Européia desde 1o. de julho.
O Presidente francês Sarkozy, que falou pelo telefone com o Presidente russo Dmitry Medvedev e o georgiano, Mikhail Saakashvili, disse que um acordo entre as duas vizinhas para não uso da força de uma contra a outra seria a melhor maneira de assegurar que qualquer acordo futuro perdurasse.
O Ministro do Exterior russo Sergey Lavrov, entretanto, questionou a asseveração da Geórgia de que suas tropas haviam-se retirado da Ossétia do Sul. Ele disse que havia ainda tropas georgianas em alguns bairros da capital da província, Tskhinvali, informa a AP.
A Rússia, que prevaleceu sobre o exército georgiano e deixou claro seu poderio militar durante o conflito, tem que ser tratada como "uma grande parceira" a fim de que uma solução política possa ser encontrada, disse Kouchner.
"Não existe, de forma alguma, solução militar naquela área, absolutamente não existe, e todos nós sabemos disto," disse ele.
A União Européia, as Nações Unidas e os Estados Unidos poderão estar entre os participantes de qualquer futura solução política, disse Kouchner. Ele não explicitou de que maneira eles poderiam contribuir.
O Ministro do Exterior polonês, Radek Sikorski, insistiu para que a União Européia envie uma missão de paz, dizendo, na TVN24 da Polônia, que a Europa "poderia ser uma boa parceira porque tem credibilidade junto a ambos os lados."
A Geórgia começou uma ofensiva para retomar o controle sobre a Ossétia do Sul na noite de sexta-feira, lançando fogo pesado de foguetes e artilharia e ataques aéreos, matando centenas de pessoas inocentes. Em reação, a Rússia, que havia concedido passaportes para a maioria dos ossetas do sul, deflagrou esmagadores bombardeio de artilharia e ataques aéreos contra tropas georgianas.
Autor do post: Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme
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