DA REDAÇÃO
A Polônia assinou com os EUA um pré-acordo para receber em seu território, até 2012, dez interceptadores de mísseis como parte do "escudo" de defesa que Washington pretende instalar no Leste Europeu. A iniciativa foi apressada para dar um recado a Moscou, que se opõe fortemente à medida.
A Polônia assinou com os EUA um pré-acordo para receber em seu território, até 2012, dez interceptadores de mísseis como parte do "escudo" de defesa que Washington pretende instalar no Leste Europeu. A iniciativa foi apressada para dar um recado a Moscou, que se opõe fortemente à medida.
Segundo Washington, o escudo antimísseis servirá de proteção aos EUA e à Europa contra eventuais disparos de mísseis de longo alcance por países como o Irã. Mas Moscou vê a medida como uma potencial ameaça ao seu território e fator de desequilíbrio militar e geopolítico regional.
O plano americano prevê, além dos interceptadores na Polônia, a instalação de um radar na República Tcheca, cujos termos foram aceitos por Praga em julho. Falta, porém, a ratificação do acordo por ambos os Parlamentos, pelo governo polonês e pela secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice.
O presidente americano, George W. Bush, se disse "muito satisfeito" com o pré-acordo. Para o premiê polonês, Donald Tusk, é "um passo na direção da real segurança da Polônia".
Pelo documento, assinado em Varsóvia pelos negociadores polonês, Andrzej Kremer, e americano, John Rood, a Polônia recebe em troca garantias de assistência "em caso de agressão de terceiros" e a promessa de mísseis "Patriot" para o seu sistema de defesa próprio. Segundo Rood, uma base militar permanente também deve ser instalada no país.
O pacto, ressuscitado subitamente após revés em julho - devido à barganha polonesa agora aceita por Washington -, sofre veemente oposição russa, que vê no avanço militar sobre a antiga esfera de influência soviética uma afronta americana. Um parlamentar russo citado pela agência de notícias russa Interfax disse que a medida gera "real aumento de tensão".
A Polônia faz parte tanto da União Européia como da Otan, a aliança militar ocidental, e possui um governo pró-Ocidente. Na última terça, o presidente polonês, Lech Kaczynski, esteve na Geórgia ao lado dos líderes da Ucrânia e dos países bálticos, ex-repúblicas soviéticas, para manifestar apoio a Mikhail Saakashvili no conflito com a Rússia pelas separatistas Ossétia do Sul e Abkházia.
Ucrânia
Também ontem, a Ucrânia reafirmou a intenção de impor restrições ao uso pela Rússia do porto de Sebastopol, no mar Negro, ao exigir que Moscou, a partir de agora, peça autorização para adentrar as águas do país, ampliando as medidas contidas no decreto de quarta do presidente pró-Ocidente Viktor Yushchenko.
Para o chanceler russo, Sergei Lavrov, a medida reflete uma "preocupação obsessiva em agradar à Otan e ingressar na aliança". O número dois do Exército russo, general Anatoli Nogovitsin, disse que "há apenas um comandante para a frota do mar Negro: o presidente da Rússia".
Com agências internacionais