Geórgia retira tropas de Tskhinvali
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País retira suas tropas da capital, mas adverte que manterá presença na Ossétia do Sul. Na madrugada de domingo, Rússia intensificou bombardeio também na Abkházia. Para UE, conflito pode afetar relações com a Rússia.
O governo georgiano admitiu na madrugada de domingo (10/08) que retirou suas tropas de Tskhinkvali, capital da Ossétia do Sul. No entanto, o ministro da Reintegração, Temur Yakobashvili, alerta que o país manterá sua presença na região autônoma.
A medida facilitaria a criação de um corredor humanitário para evacuar feridos da capital, devastada por intensos combates desde sexta-feira, quando teve início a ofensiva. Enquanto isso, a Rússia anunciou um bloqueio marítimo, a fim de prevenir que armas e outros suprimentos bélicos cheguem à Geórgia.
Rússia intensifica bombardeios
Na madrugada de domingo, aviões russos bombardearam um aeroporto militar próximo ao aeroporto internacional de Tbilisi. Segundo o secretário do Conselho de Segurança Nacional georgiano, Alexandre Lomaia, nenhum avião georgiano foi atingido e a intenção do ataque era danificar as pistas.
Ao mesmo tempo, navios militares russos chegaram ao porto de Otchamtchyra, na Abkházia, outra província separatista georgiana apoiada por Moscou, abrindo outra frente de combate.
A Rússia prosseguiu os bombardeamentos na região das gargantas de Kodori, única parte desta província ainda controlada pelos georgianos, e iniciou o bombardeio à região de Zougdidi, no oeste da Geórgia, informou um porta-voz do ministério georgiano do Interior.
UE e ONU exigem cessar-fogo imediato
Em uma declaração escrita, a presidência francesa da União Européia (UE) advertiu que a continuação das ações militares da Rússia na Geórgia poderá afetar suas relações com o vizinho. A UE "declara vigorosamente seu apoio à soberania e à integridade territorial da Geórgia nas suas fronteiras internacionalmente reconhecidas e exorta a Rússia a respeitá-las".
No sábado (09/08), o Conselho de Segurança da ONU terminou sua terceira reunião informal sobre o conflito no Cáucaso sem conseguir adotar uma declaração conjunta solicitando o cessar-fogo.
"Claro que o conflito se alastrou a outras regiões da Geórgia, em particular à Abkházia", admitiu o belga Jan Grauls, que ocupa sua Presidência rotativa. "Mas chegamos à conclusão de que seria muito difícil, se não impossível, encontrar uma posição comum."
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, apelou ao fim imediato das hostilidades entre Geórgia e Rússia e a uma solução negociada do conflito.