Estados Unidos aprovam a agressão da Geórgia contra a Ossétia do Sul e a Rússia
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O candidato finalista à presidência dos Estados Unidos John McCain disse que a Rússia não deveria interferir no conflito na Ossétia do Sul. A propaganda pró-Geórgia na mídia dos Estados Unidos é da mesma opinião. Isso patenteia a idéia de que a agressão georgiana contra a república não reconhecida da Ossétia do Sul foi coordenada com a administração dos Estados Unidos. Todavia, todos os argumentos dos políticos e especialistas dos Estados Unidos (o Pravda.ru entrevistou alguns deles) não resistem a nenhuma crítica.
"Temos que providenciar imediatamente uma reunião do Conselho da OTAN para avaliar a segurança da Geórgia e considerar as medidas que a OTAN poderá tomar para estabilizar essa situação altamente perigosa," disse John McCain.
"A comunidade internacional precisa espraiar forças de paz independentes e neutras na Ossétia do Sul. A Rússia tem que imediata e incondicionalmente cessar suas operações militares e retirar as tropas do território soberano da Geórgia," acredita McCain.
Ariel Cohen, bem conhecido especialista dos Estados Unidos em União Soviética, Membro Pesquisador de Alto Nível da Fundação Heritage, declarou que a Rússia vinha havia meses planejando a incursão, e que esta visava a demonstrar sua hegemonia na Europa Oriental, tirar do poder na Geórgia o Sr. Saakashvili e não deixar a Geórgia tornar-se membro da OTAN.
Aparentemente, McCain e outros especialistas dos Estados Unidos acreditam que o extermínio de milhares de pessoas inocentes e a destruição das residências delas podem ser denominados de recuperação da integridade territorial.
É digno de nota que a Força Aérea da Rússia já impediu agressão da Geórgia contra a Ossétia do Sul há um mês. A situação agravou-se logo depois da visita de Condoleezza Rice à Geórgia. Não está descartada a possibilidade de a Sra. Rice ter aprovado o início da guerra na região em nome da administração dos Estados Unidos.
Tomando-se em consideração as observações de McCain, pode-se assumir que os Estados Unidos proporcionaram certas garantias à Geórgia. Não fora assim, as tropas georgianas não teriam aberto fogo contra os pacificadores russos. Tais batalhas inevitavelmente levam a guerra contra a Rússia. A Geórgia não se atreveria a fazer isso sozinha, sem o apoio do Ocidente. Além do mais, a Geórgia pediu aos Estados Unidos para retirar seu próprio contingente do Iraque a fim de acantoar tais militares na Ossétia do Sul.
A evidência para comprovar a mão dos Estados Unidos por trás da agressão georgiana contra a Ossétia do Sul pode ser encontrada na mídia ocidental. As agências de notícias ocidentais, a Reuters, por exemplo, vêm distribuindo incontável número de fotografias retratando supostas atrocidades da Rússia na Geórgia. Tais fotos, juntamente com manchetes acordes, podem ser encontradas em praticamente todos os jornais dos Estados Unidos (o New York Times é o melhor exemplo disso). Todos eles unanimemente acusam a Rússia de agressão à Geórgia, mas não dizem uma palavra a respeito das ações da Geórgia contra civis na Ossétia do Sul.
Esta guerra deu à administração dos Estados Unidos excelente oportunidade de desviar as atenções dos Jogos Olímpicos de Verão em Beijing, que Washington originalmente pretendia boicotar. Além disso, levaria a escalada da situação no intranquilo Cáucaso para exaurir a Rússia com intermináveis conflitos ali. Nesse caso os Estados Unidos conseguiriam obter pleno direito de entrar no território sob o pretexto de forças de paz e de conceder à Geórgia a condição de membro da OTAN.
Nem teria o Ministério do Exterior da Ucrânia divulgado sua declaração anti-Rússia sem instruções dos Estados Unidos. A Ucrânia praticamente apoiou a agressão da Geórgia, havendo reconhecido o direito desta última de defender sua integridade territorial mediante uso de força militar.
Quanto à história, a questão do separatismo - Geórgia e Ossétia - é discutível. Foi a Geórgia que resolveu sair da URSS, enquanto que os ossetas protestaram contra tal decisão.
A Geórgia fustiga com artilharia hospitais e casas, matando milhares de ossetas. O Presidente iugoslavo Slobodan Milosevic costumava ser acusado de genocídio pela chacina de várias dúzias de albaneses.
Os políticos dos Estados Unidos não fizeram nenhum apelo para que cessasse o extermínio do povo da Ossétia do Sul. Em contrapartida, John McCain tenta virar tudo pelo avesso acusando a Rússia de agressão, embora a Rússia tenha tomado medidas adequadas para salvar os ossetas do extermínio. Os Estados Unidos não condenam Mikhail Saakashvili, outro fato a comprovar que o presidente georgiano obteve aprovação dos Estados Unidos para a guerra.
Autor do post: Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme