O presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá no próximo dia 7, quando se comemora a Independência do Brasil, o Plano Nacional de Estratégia de Defesa, considerado pelo chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, ministro Mangabeira Unger, "uma iniciativa sem precedentes na nossa história".
– Trata-se de proposta de qualificação abrangente das Forças Armadas, por meio do vínculo indissolúvel entre o desenvolvimento do país e a Defesa – disse.
Segundo o ministro, a estratégia não está sendo formulada a propósito de qualquer sentimento de ameaça por qualquer país do mundo.
– Na América do Sul ou em qualquer parte do mundo não temos inimigos – explicou. – Por isso, o nosso trabalho tem como foco o futuro do Brasil. Nós nunca tivemos em toda a nossa história nacional uma grande discussão civil a respeito da Defesa e agora estamos determinados a ter.
Mangabeira afirmou que a proposta foi encomendada por Lula no dia 6 de setembro do ano passado, e não objetiva apenas equipar as Forças Armadas. Ela envolve a qualificação e a reorganização das Forças Armadas
– Tudo em torno de uma cultura militar pautada pela flexibilidade, pela imaginação e pela audácia – acrescentou. – Elas devem ter capacidade para surpreender e desbordar.
A estratégia de Defesa prevê a reorganização da indústria brasileira de defesa quanto na parte privada quanto na estatal, conforme o ministro, e propõe também o aprofundamento do serviço militar obrigatório.
– Se o Brasil quiser desbravar um caminho próprio no mundo, precisa poder dizer não quando tiver que fazê-lo e ter escudo contra ameaças e intimidações – esclareceu. – Precisa ter espaço para afirmar nossa originalidade coletiva.