Autêntico ou falsificado, o teste de mísseis anunciado pelo Irã teve resposta pronta de Israel também no campo militar. A indústria aeroespacial do Estado judaico exibiu ontem pela primeira vez um modelo do avião-espião Eitam, que estaria em operação desde fevereiro último.
Equipado com sistemas eletrônicos de última geração, o Eitam seria capaz de cobrir longas distâncias a altitudes elevadas o suficiente para torná-lo praticamente indetectável por radares. Além da função primordial dos aviões de sua classe — captar e processar informações sensíveis para fins de inteligência militar —, o novo aparelho funcionaria como “cérebro” de uma eventual operação militar contra instalações nucleares iranianas.
“Entregamos as primeiras unidades à Força Aérea em fevereiro”, disse o porta-voz da estatal Indústria Aeroespacial de Israel (IAI), Doron Suslik. “Todos os testes com o Eitam foram bem-sucedidos e recebemos uma avaliação positiva do comando militar”, prosseguiu Suslik, que confirmou a apresentação oficial e internacional do avião para este domingo, em uma exposição em Londres. Segundo a IAI, trata-se do modelo mais moderno dessa categoria de aeronaves.
A exibição do Eitam, às vésperas da “estréia” oficial, se soma aos incessantes preparativos da Força Aérea israelense para um possível ataque ao Irã. No mês passado, cerca de 100 aviões — entre caças, bombardeiros e aviões-tanque — participaram de uma manobra de ataque simulada sobre o Mar Mediterrâneo. A esquadrilha percorreu 1.500km, aproximadamente a distância entre Israel e o complexo nuclear iraniano de Natanz.
