Avibras dispensa 350 funcionários
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A Avibras Indústria Aeroespacial demitiu cerca de 350 trabalhadores ontem de sua unidade em Jacareí, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos. A entidade acredita que o número de funcionários mandados embora possa chegar a 500.
A empresa atua no setor de armamentos militares e tinha cerca de 1.000 funcionários. De acordo com o sindicato, as demissões pegaram a entidade e os trabalhadores de surpresa.
"Tivemos uma reunião anteontem para discutirmos um acordo de compensação e não foi nos passado nada sobre a possibilidade de demissões em massa", disse o diretor do sindicato, Ivan Trevisan.
De acordo com o sindicato, a empresa teria um contrato já assinado com o governo da Malásia para o fornecimento de equipamentos militares. A venda aguardaria apenas a homologação do governo brasileiro para ser efetivada.
A estimativa é que o contrato gire em torno de R$ 300 milhões para o fornecimento de novos foguetes, veículos lançadores, blindados de comando e centrais de tiro, de seu produto mais bem sucedido, o sistema de foguetes Astros-2.
"Isso daria um folego de produção para a empresa de 30 a 36 meses. Nos disseram que dentro de 15 dias teriam uma resposta de Brasília sobre o assunto. Em uma situação como essa, o que se esperaria era que a empresa desse férias coletivas ou licença remunerada aos funcionários", disse Trevisan.
O sindicato irá realizar um assembléia com os demitidos na segunda-feira, Ã s 9h, na sede da entidade, para definir as estratégias que serão tomadas no caso. A Avibras foi procurada pelo valeparaibano, mas não comentou o assunto.
MEMÓRIA - O último balanço econômico da Avibras, divulgado em abril, apontou que a empresa encerrou o ano de 2007 com prejuízo de R$ 46 milhões, contra um prejuízo de R$ 68,9 milhões em 2006.
Segundo o balanço financeiro, a receita operacional líquida alcançou R$ 49,7 milhões, ficando abaixo dos R$ 53,8 milhões de 2006.
No balanço, a empresa informa que no final do exercício de 2006 o prejuízo acumulado era de R$ 545,4 milhões. Os prejuízos vem desde 2001. O fundador da empresa, João Verdi de Carvalho Leite, desapareceu em janeiro. Ele estava a bordo de seu helicóptero, que desapareceu minutos depois de decolar de Angra dos Reis.
Em seu lugar assumiu Sami Hassuani, que exerce atualmente o posto de presidente em exercício. O carro-chefe da Avibras é o sistema de foguetes Astros 2, que já está na quarta geração de tecnologia nos sistemas eletrônicos e tem perspectiva de vida de trinta anos, com as constantes inovações.
O principal mercado da Avibras é o Oriente Médio, mas a empresa também presta serviços à indústria brasileira, principalmente com pinturas especiais anti-oxidantes para automóveis.