Fabricantes da Itália e da Rússia disputam concorrência para vender ao Brasil 12 unidades que reforçarão o combate ao narcotráfico. Comando da Aeronáutica deve anunciar a decisão na próxima semana
Pedro Paulo Rezende | Correio Braziliense
O Comando da Aeronáutica decidirá na próxima semana qual helicóptero de ataque a Força Aérea Brasileira (FAB) empregará contra o narcotráfico. Segundo o Tenente-Brigadeiro Juniti Saito, o aparelho será capaz de cumprir um amplo espectro de missões. A comissão já selecionou dois modelos como finalistas: o Agusta-Westland A.129 Mangusta Internacional, de fabricação italiana, e o Mil Mi-35, russo. Serão compradas 12 unidades para equipar um esquadrão que vai operar na fronteira com a Bolívia e o Peru, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O Comando da Aeronáutica decidirá na próxima semana qual helicóptero de ataque a Força Aérea Brasileira (FAB) empregará contra o narcotráfico. Segundo o Tenente-Brigadeiro Juniti Saito, o aparelho será capaz de cumprir um amplo espectro de missões. A comissão já selecionou dois modelos como finalistas: o Agusta-Westland A.129 Mangusta Internacional, de fabricação italiana, e o Mil Mi-35, russo. Serão compradas 12 unidades para equipar um esquadrão que vai operar na fronteira com a Bolívia e o Peru, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A-129 Mangusta |
Os helicópteros atuarão com os aviões A-29 Super Tucanos. Hoje, quando interceptados pelos aparelhos da FAB, os traficantes pousam em estradas e pistas clandestinas e fogem em caminhonetes, sem que o piloto possa interferir. Com helicópteros em operação, será quase impossível escapar. Além disso, em caso de guerra, o modelo escolhido protegerá missões de resgate em território inimigo.
A FAB, inicialmente, pensava em comprar helicópteros sem um processo seletivo. A idéia era adquirir 12 unidades com a Rosoboronexport, estatal russa que exporta material bélico. O contrato, no valor de US$ 300 milhões, faria parte de um pacote de contrapartidas comerciais negociado pelo ministro em Moscou. Na ocasião, ele fechou expressivos negócios de exportação de frango e alimentos.
No início de 2007, a Aeronáutica decidiu abrir um processo seletivo por carta-convite. Foram consultadas, além da Agusta-Westland e da Rosoboronexport, a Eurocopter, a Bell e a Sikorski. Apenas as três primeiras responderam. O Mil Mi-35 foi cotado a US$ 8 milhões a unidade; o Mangusta, cerca de US$ 20 milhões e o Tigre, oferecido pelo consórcio europeu desclassificado pela comissão, US$ 30 milhões.
Os finalistas
Os Mi-35 são helicópteros de combate de grande velocidade — até 335km/h. Levam uma metralhadora pesada, capaz de disparar mais de 3 mil tiros por minuto, ou um canhão de 30mm capaz de perfurar até 80mm de blindagem. Podem ser armados com seis lança- foguetes ou até 12 mísseis antitanques e para combate aéreo. Além disso, transportam um grupo de combate completo, com oito soldados. Basicamente, são versões modernizadas do Mi-24, empregados pelos soviéticos no Afeganistão, com eletrônica avançada e motores mais possantes.
Mil Mi-35 |
O A129 é mais moderno, porém menos versátil. Não carrega soldados e é especializado no combate antitanque. Está armado com um canhão de 20mm que dispara 3 mil tiros por minuto e até oito mísseis antitanques e para combate aéreo, ou quatro lança-foguetes.
AGUSTA-WESTLAND A.129
- País de origem: Itália
- Tripulantes: dois
- Comprimento: 12,5m
- Peso: 5.000kg
- Motores: dois LHTEC-T800 de 1.335hp
- Alcance máximo: 1.000km
- Velocidade máxima: 298km/h
- Teto: 4.725m
- Pode carregar: 1.800kg de mísseis e/ou foguetes a 120km
MIL MI-35
- País de origem: Rússia
- Tripulantes: dois
- Comprimento: 16,78m
- Peso: 8.500kg
- Motores: dois Isotov TV3-117VMA de 2.200hp
- Alcance máximo: 1.050km
- Velocidade máxima: 324km/h
- Teto: 4.599m
- Pode carregar: oito soldados ou 2.000kg de mísseis e/ou
- foguetes a 160km