José Ramos
Brasília (5/6/2008)- O Brasil já pode iniciar a produção do primeiro radar de defesa antiaérea desenvolvido no hemisfério sul, graças a uma iniciativa do Exército. O equipamento, denominado Saber M60, tem capacidade para detectar até 40 alvos simultâneos no raio de 60 km e a uma altura de até 5 km, considerada baixa altura. O equipamento foi desenvolvido pelo Centro Tecnológico do Exército (CTex), com apoio da Finep e de universidades, e em conjunto com a empresa Orbisat, que industrializará o produto sob licença.
Um protótipo foi instalado nos dias 3 e 4 de junho em frente ao Ministério da Defesa, para demonstração a autoridades do ministério, a militares das três Forças, e a parlamentares. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, demonstrou entusiasmo com o produto.
“O projeto Saber tem qualidades imensas, agora caberá ao Ministério da Defesa tentar articular isso com as Forças. Desenvolvemos esse projeto por que ele está na linha de capacitação nacional. E parabéns ao CTex que conseguiu produzir isso não obstante os impedimentos eventuais que apareceram.”
O chefe do CTex, General-de-Brigada Aléssio Ribeiro Souto, comemorou a receptividade ao projeto. “A repercussão foi a melhor possível. Houve surpresa, houve palavras de estímulo, houve a compreensão para a necessidade de ações para dar sequência e conseqüência ao projeto”.
O desdobramento do projeto será o Saber M200, que terá alcance de 200 km de raio e perto de 10 km de altura. O novo modelo permitirá ainda versões destinadas a sistemas de controle de vôo, para uso civil. Outra vantagem da nova geração, é que a antena não precisará girar, pois todos os ajustes serão feitos por software, dando mais robustez ao sistema.
O Saber M60 traz diversas vantagens em relação aos similares estrangeiros, segundo o gerente do projeto, Tenente-Coronel Roberto Castelo Branco Jorge. “Já seria bom por ser nacional, mas ele também é competitivo quando comparado com os mais próximos no mundo”.
Segundo Castelo, o Saber M60, quando comparado com concorrentes de Estados Unidos, Israel e França, tem custo 30% mais baixo; vida útil maior; maior transportabilidade; dificuldade de detecção por mísseis de radiação; produção com componentes disseminados na indústria civil (apesar de importados); manutenção integral no Brasil. Nos próximos dez anos, o mercado mundial para essa linha de produto totalizará US$ 18 bilhões, segundo estimativa dos pesquisadores.
Diferentemente dos concorrentes, o radar pode ser transportado por qualquer avião a partir do tamanho de um Bandeirante, ou por um único helicóptero de carga. A montagem demora cera de 15 minutos. O radar identifica a aeronave inimiga e aponta para o soldado a direção em que o míssil deve ser lançado. O equipamento destina-se principalmente à proteção de instalações sensíveis em terra, como instalações petrolíferas e petroquímicas, usinas hidrelétricas e nucleares, entre outras. O uso pode ser adaptado também para a Aeronáutica e para a Marinha.
Putz que bom...qualquer coisa que diminua o meu medo do b-52 é sempre bem vinda...
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