Convite à Índia faz parte da proposta para venda do Typhoon-II
Em mais uma jogada destinada a convencer as autoridades da União Indiana a escolher um modelo de avião do programa indiano MMRCA[1] que pretende levar à aquisição de mais de 120 caças modernos, o consórcio europeu EADS-Eurofighter, que junta a Grã Bretanha, a Itália, a Espanha e a Alemanha, convidou a Índia a tornar-se o quinto parceiro do projecto. A oferta, faz parte da proposta do consórcio europeu para o fornecimento do caça Typhoon-II e permite à Índia acesso a algumas das mais avançadas tecnologias europeias.
A oferta é um argumento em favor do Eurofighter – Typhoon-II, que é uma das aeronaves concorrentes ao concurso internacional, do qual participam o F-16 e F-18 norte-americanos, o MiG-29 russo, o Rafale francês e o Gripen sueco.
A associação da Índia poderá ser efectuada através da junção da empresa indiana TATA ao consórcio Eurofighter, que assim passaria a ter componentes fabricados na Índia.
O Eurofighter foi já encomendado pelos quatro parceiros do consórcio e recebeu encomendas da Áustria e da Arábia Saudita.
O programa de rearmamento indiano é presentemente o maior e mais valioso contrato em aberto no mercado mundial e os potenciais fornecedores têm-se esforçado para obter encomendas. Nos Estados Unidos foi anunciada a apresentação de um F-16E/F concebido especificamente para o mercado indiano o qual, segundo o fabricante, teria o mais sofisticado radar de todos os aviões propostos e poderia ter mesmo capacidade supercruise [2].
A França também apresentou o seu Rafale, com grande abertura para a montagem na Índia da aeronave. A Rússia seguiu pelo mesmo caminho, propondo grandes facilidades para a montagem local de uma versão do caça MiG-29.
Russos e americanos apresentam os aviões mais antigos, pois tanto o F-16 como o F-18 ou o MiG-29 são aeronaves concebidas nos anos 70. Os europeus Rafale, Gripen e Typhoon, embora sendo aeronaves que tiveram o seu desenvolvimento começado nos anos 80 e 90, são muito mais modernas e essa modernidade reflecte-se na soma das suas capacidades, como raio de acção operacional, capacidade de carga e manobrabilidade.
Em termos de tecnologias porém, as propostas norte-americanas aparecem como sendo aquelas que mais vantagens trazem, embora não seja exactamente conhecido o tipo de abertura que os norte-americanos terão perante a Índia, no que toca à utilização de sistemas mais «sensíveis» do ponto de vista tecnológico.
A vantagem russa fica pelo preço, pois o MiG-29 deverá ser bastante mais barato que as aeronaves europeias e norte-americanas.
[1] MMRCA – Medium Multi Role Combat Aircraft – Avião de combate médio multi-missão.
[2] Capacidade de voar acima da velocidade do som, sem recurso à pós-combustão, processo que não só consome muito mais combustível, como torna a aeronave mais fácil de detectar.