Chefe da marinha russa quer apostar forte, em força aeronaval
A questão da modernização ou reaparelhamento da marinha da Federação Russa, tem sido razão de declarações dispares de várias fontes muitas vezes conflituantes entre si.
As últimas afirmações sobre planos, foram produzidas pelo Alm. Vladimir Vysotsky, autoridade máxima na marinha russa.As declarações do almirante podem ser um resultado imediato da cimeira da Aliança Atlântica, em que mais dois países receberam o OK para aderir à organização, ao mesmo tempo que outros dois, ex-repúblicas da antiga União Soviética, a Geórgia e a Ucrânia.
Sendo historicamente uma potência continental, a Rússia afirmou-se pela primeira vez na cena mundial, exactamente através da construção da sua marinha de guerra no século XVIII. Após o fim da II guerra mundial, a União Soviética tentou competir com os Estados Unidos, criando uma força de superfície composta por navios com capacidade para transportar aeronaves de descolagem vertical e helicópteros.
Os planos soviéticos chegaram ao fim com o fim da URSS, mas embora todos os quatro porta-aviões de tamanho médio que foram construídos tenham sido abatidos, continuou ainda ao serviço um dos dois grandes porta-aviões que tinham começado a ser construídos no tempo da antiga URSS, o actual Admiral Kuznetsov.
Alguns rumores sobre o futuro das unidades navais da marinha russa, deram indicações de que o as autoridades da marinha, estariam mais inclinados para construir uma marinha com características mais costeiras, baseada em navios de menor calado, dando à marinha russa um cariz eminentemente defensivo.
Nas declarações que proferiu, o responsável russo, afirmou que está neste momento em estudo o perfil de navio que servirá de base aos futuros grupos navais, que a marinha russa terá em operação.
O numero apontado, de cinco ou seis, pode corresponder à intenção de construir navios de dimensões relativamente reduzidas, mas mais modernos e menos complicados. O actual Kuznetsov, é uma enorme montanha de cabos e sistemas de integração difícil, e que em muitos casos não podem funcionar de forma integrada. O seu principal radar MARS-Pasat, em teoria um concorrente do Spy-1/AEGIS, nunca chegou a funcionar e o navio continua a transportar grandes mísseis para defesa.
Analistas ocidentais consideram que não parece viável para a marinha russa a operação de cinco ou seis navios de grandes dimensões, considerando o tamanho do seu orçamento, e ainda mais quando nas mesmas declarações o almirante russo afirmou que o programa do míssil BULAVA-M continuava conforme previsto, depois dos atrasos que sofreu em 2007.
Isto implica uma intenção de continuar a apostar forte na arma submarina, o que só por si, reduz bastante as possibilidades da frota de superfície.
As afirmações do oficial russo, podem por isso ser apenas uma afirmação de intenções, com o objectivo de marcar posições junto a antigos e actuais adversários e acima de tudo junto dos antigos países da URSS, entre os quais a Ucrânia, país que ainda cede bases militares à Rússia no Mar Negro.