O Comando Militar da Amazônia (CMA) acompanha à distância, mas não menos atento, os desdobramentos da crise militar entre a Colômbia e o Equador, depois que tropas do Exército Colombiano apoiadas por helicópteros entraram dez quilômetros no território equatoriano e atacaram guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) matando 17 guerrilheiros, dentre eles o porta-voz do grupo guerrilheiro, Raul Reyes.
Antonio Ximenes | A Crítica
Os 22 pelotões de fronteira, quatro destacamentos e as duas companhias especiais, sendo a maioria deles nos limites da Colômbia, Venezuela e Peru permanecem firmes no propósito de impedir qualquer ação que venha ferir a soberania nacional. Até o momento não houve mobilização extra de tropas.
O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, comandante do CMA, que tem sob suas ordens um contingente de 25 mil militares pronto para o combate na Amazônia, está em Brasília em uma reunião do Estado Maior do Exército, onde se escolherá os nomes dos futuros generais de Brigada e Divisão do Exército. Na próxima segunda-feira, ele retornará a Manaus. Mas, da capital federal, o general, pelo cargo que exerce, tem informações dos movimentos do outro lado da fronteira.
Questão de Estado
Os desdobramentos da crise entre o Equador e a Colômbia, que ganhou um novo contorno com o envio de dez batalhões, aproximadamente seis mil militares venezuelanos, para a fronteira colombiana, estão sendo acompanhados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e pelo Ministério da Defesa, dirigido pelo ministro Nelson Jobim.Este último, prudentemente, acompanha a crise com maior interesse, mesmo que com discrição, por ela ter um caráter diplomático, mas também fortemente militar. Afinal, se as negociações não avançarem na reunião de hoje na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, nos Estados Unidos, pode haver um conflito armado entre a Colômbia e o Equador.
Jobim, que tem sido um dos mais importantes articuladores do Governo Lula, para a modernização e renovação tecnológica das Forças Armadas, com a aquisição de novos aviões de combate, helicópteros de transporte de tropas e de ataque e material de comunicação de ponta, vem conversando com os oficiais generais da Marinha, Exército e Aeronáutica sobre os acontecimentos recentes. Não por acaso, a Amazônia é a prioridade militar brasileira.
As forças armadas da Colômbia, que até o momento já recebeu mais de US$ 3,5 bilhões de ajuda dos EUA, com o objetivo de combater às Farc, o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o narcotráfico internacional, dispõe de 44 helicópteros Black Hawk e modernos equipamentos para rastreamento de ligações telefônicas na selva, via satélite. Foi esta última tecnologia que teria permitido o rastreamento de uma chamada do celular de Raul Reyes, que teria apontado o lugar exato onde ele se encontrava, dando as coordenadas aos helicopteros que atacaram os guerrilheiros em solo equatoriano, no último sábado.
Do lado brasileiro, observa-se que o 4º Batalhão de Aviação do Exército, localizado em Manaus, tem 12 helicópteros (4 Black Hawk, 4 Cougar e 4 Panteras) todos em boas condições de combate, mas em número insuficiente frente ao poder do fogo aéreo das tropas colombianas. A Base Aérea de Manaus tem seis Black Hawk.
Com base neste cenário, o papel dos guerreiros dos pelotões de fronteira é fundamental, na eventualidade de uma invasão furtiva por guerrilheiros das Farc em solo brasileiro, motivada pela perseguição do fogo das forças colombianas. Este tipo de ação tem sido freqüente nas fronteiras do Equador e até mesmo da Venezuela.
Nenhum Exército sul americano tem o nivel de prontidão do Colombiano, por motivos obvios, estão em guerra permanentemente com os narco-terroristas das farcs.
ResponderExcluirAlém de estarem mais bem equipados e treinados que todos seus vizinhos.