BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em almoço no Itamaraty oferecido ao presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, que o governo brasileiro quer ajudar o país asiático a resolver problemas de segurança e de defesa, inclusive oferecendo apoio no treinamento militar dos timorenses. Em discurso, Lula ressaltou que o Brasil pode ajudar o Timor Leste no estabelecimento de estrutura de Justiça militar e na ampliação de um programa de cooperação militar.
"Sei que a grande prioridade do governo do Timor Leste é a consolidação da segurança. É por isso que esperamos aprofundar o programa bilateral de cooperação militar para o treinamento das forças timorenses de segurança. Vamos cooperar para o estabelecimento de estrutura da Justiça militar
Já o presidente do Timor Leste ressaltou em seu discurso que seu país quer romper o ciclo de vingança, se referindo ao período em que o Timor Leste foi dependente da Indonésia. "Não queremos alimentar novos ciclos de violência", disse.
Ramos-Horta ainda lembrou o governo do ditador Suharto, na Indonésia, acusado de reprimir e matar lideranças timorenses e morto recentemente, por motivo e doença. "O povo timorense sabe perdoar quem muito o feriu. Hoje, buscamos o desenvolvimento econômico e a redução da pobreza", disse.
Em seu discurso durante o almoço no Itamaraty, Lula lembrou ainda o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto no Iraque e que teve participação nas negociações para o processo de independência do Timor, e avaliou que o país de língua portuguesa está em pleno processo de consolidação democrática.
No ano passado, o Timor Leste realizou as primeiras eleições parlamentares e presidenciais desde que se tornou independente. Lula também ressaltou que o governo brasileiro pretende renovar até 2010 um programa de cooperação educacional. Atualmente, 50 professores brasileiros auxiliam docentes daquele país no ensino da língua portuguesa.
Ao final do encontro, em entrevista, Ramos-Horta afirmou que o Timor quer começar uma cooperação trilateral com o Brasil e a Indonésia, que são os dois países com as duas maiores florestas do mundo. Ele contou que, em setembro,