Chavez utiliza aeronaves para ameaçar a Colombia
O presidente da Venezuela Hugo Chavez continuou neste fim de semana com as suas já tradicionais declarações em que alega que o seu país pode ser atacado pela Colômbia, ou o que ele chama de "oligarcas" colombianos, os quais, segundo Chavez, se preparam para criar incidentes na fronteira com o objetivo de justificar um ataque à Venezuela.
Nos últimos dias a situação na fronteira tem sido algo tensa. Os procedimentos burocráticos nos postos fronteiriços têm sido especialmente morosos e as cidades de fronteira estão a ressentir-se economicamente com o clima de desconfiança entre os dois países.
Muitos colombianos que se dirigiam à Venezuela para encher os depósitos dos seus veículos, afirmam agora que isso se tornou impossível por causa de constantes e intermináveis filas nas fronteiras. A gasolina venezuelana é muito mais barata que a colombiana, embora a Venezuela não tenha capacidade para refinar toda a gasolina de que precisa. Isso leva a que mesmo na Venezuela haja quebras de fornecimento.
A fronteira está a ser patrulhada por forças militares e militarizadas, com o objetivo de evitar qualquer tipo de contrabando e segundo os venezuelanos, para garantir que não haverá razão para que se afirme a responsabilidade venezuelana.
Mas neste fim-de-semana, o presidente Chavez voltou a fazer alusões à possibilidade de um conflito, acrescentando que a Venezuela dispõe de 24 aeronaves Sukhoi e que os mísseis dos Sukhoi têm um alcance de 200 km.
Se o alcance dos mísseis antiaéreos russos pode ter sido exagerado por Chavez, já a compra por parte da Venezuela de aeronaves de fabrico russo do tipo Su-27, na versão SU-30MKV é um fato conhecido. Trata-se neste momento de um dos mais sofisticados aviões de combate operacionais na América do Sul. Eles deverão estar equipados com mísseis também de fabrico russo da família R-77, embora não haja informação segura sobre que tipo de versão eles vão utilizar.
Entretanto, realizaram-se em todo o mundo manifestações de apoio aos seqüestrados pela organização narcotrafricante FARC, uma organização “revolucionária” que se sustenta com o dinheiro da extorsão e do tráfico de drogas, funcionando mesmo como exército privado de alguns dos barões da droga na Colômbia.
A Venezuela tem sido recentemente acusada de apoiar indiretamente as FARC e de enviar armamento ligeiro para a organização terrorista.
O presidente Hugo Chavez, que esteve envolvido numa rocambolesca operação de libertação de reféns, afirmou no mês passado que as FARC deveriam deixar de ser consideradas como uma organização terrorista.
Estas afirmações de Chaves também contribuíram para azedar as relações entre Colômbia e Venezuela, que se encontram num dos pontos mais baixos de sempre.