Nelson F. Düring
É uma nova forma de guerra a CIBERGUERRA (Information Warfare), a responsável pelos cortes nos cabos submarinos de internet que afetou milhares de usuários na Índia e Egito, ou simplesmente ocorreram uma série de acidentes?
Quando dois cabos foram danificados no Mediterrâneo na semana passada, a informação inicial obtida foi de que isto aconteceu devido ao arraste de uma âncora de navio.
Agora, um terceiro cabo foi cortado, desta vez perto de Dubai. Como a desculpa anterior não pode ser alegada, surgiu uma série de teorias de que "forças sinistras" estariam atuando.
Apesar de toda a potência dos modernos satélites de comunicação e computadores, a maior parte do tráfego de internet ainda percorre os cabos oceânicos.
Quando dois cabos foram cortados na costa egípcia, nas proximidades de Alexandria, na última semana, cerca de 100 milhões de usuários foram afetados, principalmente na Índia e no Egito.
Os cabos permanecem rompidos (06Fev) e os serviços ainda comprometidos. Isto afeta pesadamente mais de 1250 empresas indianas que trabalham como "Call Centers" para os Estados Unidos gerando mais de 12 Bilhões de dólares anuais.
A situação demonstra como o mundo está interconectado. Se algo acontece em alguma parte, irá afetar outro em algum lugar.
Ciberguerra
Preliminarmente, a âncora de um navio rompera os cabos em questão, mas eis que agora surgem teorias conspiratórias... O Ministério de Transporte do Egito afirma que os vídeos de vigilância da área mostram que nenhum navio cruzou a área no período do acidente.
Alguns analistas mencionam que os cabos foram cortados deliberadamente numa tentativa de os Estados Unidos e Israel prejudicarem o tráfego de Internet no Irã.
Muitos apóiam a teoria, mencionando que o Pentágono possui um programa secreto chamado 'information warfare'.
Outros, simplesmente mencionam a coincidência. É absolutamente estranho mas lógico que possam acontecer estes acidentes. Já para alguns, parece tratar-se apenas de uma onda de azar.
Austrália Cria Zonas de Proteção
Após esses acontecimentos a Austrália criou zonas de proteção para evitar este tipo de incidente.
Atividades que possam danificar os cabos submarinos de comunicação foram proibidas na cidade de Perth, desde sexta-feira (01Fev08).
"Aqui na Austrália, cerca de 99 % de todas a s comunicações internacionais percorrem cabos submarinos que estão no fundo dos oceanos," afirmou Robyn Meikle da Australian Communications and Media Authority (ACMA).
Por isso é que a ACMA se posicionou em declarar zonas de proteção de interesse nacional as áreas próximas aos cabos submarinos. Para cada uma dessas áreas há restrições, como ancoragem, que possam danificar os cabos de comunicações.
O Futuro
A Internet sobreviveu ao seu maior desafio - 11 de Setembro - quando muitos dos sistemas de comunicação tanto
Há um ano (11 de Janeiro de 2007) a China realizou a única operação ASAT (anti-satellite) da história, ao lançar um foguete contra com velho satélite de comunicações. A ação da China foi condenada pela comunidade internacional pois gerou milhares de fragmentos que estão circulando no espaço. Todavia, mostrou a fragilidade dos satélites de comunicação, civis e militares.
No Livro "Guerra Irrestrita" (Unrestricted Warfare), de dois coroneis chineses, os autores explicitam: "Em uma análise, a guerra não é mais nenhuma guerra uniforme mais longa, mas sim ações na Internet, e na imprensa de massa."
O rompimento dos cabos tras uma variável para o conceito da "Cyber Warafre", onde a batalha seria travada no espaço cibernético. O ano de 2007 viu dois eventos importantes.
1 - Em Maio os ataques tipo "negação do serviço"(denial of service), coordenados desde a Rússia, aos servidores localizados na Estônia.
2- Em Setembro os ataques, confirmados, a servidores militares e de governo dos: Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra. Os ataques foram coordenados desde a China. Há a suspeita de que sejam ações de unidades militares especiais para atuar no espaço cibernético.
Os Estados Unidos transformaram o Strategic Air Command (SAC) no Strategic Command (STRATCOM), em 1992, incorporando as armas nucleares e Guerra Cibernética. Ação reforçada posteriromente com a fusão do Space Command (SPACECOM) ao STRATCOM, em 2002.
Um novo campo de batalha, invisível e silencioso, mas fundamental para o mundo globalizado e que afeta não só as ações militares, de governo mas em especial o simples cidadão.