O porta-voz do grupo separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), Ahmad Danas, afirmou que dois soldados turcos foram mortos e oito ficaram feridos na operação.
Nenhuma das duas informações pode ser confirmada por fontes independentes.
Segundo o governo turco, as tropas cruzaram a fronteira em uma operação contra rebeldes separatistas curdos do PKK estariam refugiados no Curdistão, uma região autônoma localizada no norte do Iraque.
A operação foi precedida de bombardeios aéreos e terrestres. O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que a ofensiva foi limitada e que as tropas retornarão o mais rápido possível.
"O alvo, o propósito, o tamanho e os parâmetros desta operação são limitados", disse Erdogan. "As nossas Forças Armadas voltarão para casa o mais rápido possível, assim que atingirem seus objetivos." O governo americano disse que foi informado da operação desta quinta-feira com antecedência e que pediu à Turquia que limitasse a ação a alvos precisos do PKK.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou preocupação com a operação.
"A proteção dos civis nos dois lados da fronteira continua sendo a principal preocupação", disse.
Fronteira
A Turquia mantém milhares de tropas na fronteira com o Iraque.
A operação desta quinta-feira foi a segunda desde outubro de 2007, quando o Parlamento turco aprovou por ampla maioria a autorização de operações militares em território iraquiano para combater os rebeldes do PKK, que estariam lançando ataques contra a Turquia a partir da região.
No entanto, segundo a correspondente da BBC em Istambul, Sarah Rainsford, desta vez a operação foi inesperada, porque a área montanhosa da fronteira ainda está coberta de neve e porque não houve ataques recentes do PKK contra a Turquia.
As informações do governo turco são de que entre 3 mil e 10 mil soldados turcos tenham participado da ofensiva Mas fontes curdas no norte do Iraque disseram à BBC que o governo turco havia "exagerado" e que na realidade a operação era "muito, muito limitada", em uma área remota na fronteira.
O PKK luta pela autonomia curda e tem cerca de 3 mil homens baseados no Iraque. Calcula-se que mais de 30 mil pessoas tenham morrido desde 1984, quando o grupo iniciou a luta armada contra o governo turco.
A Turquia, os Estados Unidos e a União Européia consideram o PKK uma organização terrorista.