A nova e letal frota de submarinos da Marinha Australiana
Base Militar
por Cameron Stewart
A AUSTRÁLIA irá construir a frota de submarinos convencionais mais letal do mundo, capaz de executar missões de lançamento de mísseis de cruzeiro de longo alcance, assim como, operar mini-submarinos avançados, respondendo a uma corrida armamentista na região.
O Ministro da Defesa Joel Fitzgibbon ordenou o início do planejamento de uma nova frota de submarinos de nova geração que substituam a classe Collins em serviço na Royal Australian Navy. O objetivo primário é conseguir a aprovação de "first pass" para a fase de projeto do Comitê de Segurança Nacional em 2011.
O projeto de 17 anos de duração será a maior e mais cara aquisição de defesa desde a formação da "Federation", custando potencialmente até 25 bilhões de dólares australianos. Isto ocorre num momento em que as marinhas da região como Indonésia, China e índia estão buscando expandir dramaticamente suas frotas de submarinos, potencialmente alterando o equilíbrio do poder naval na região.
"Existe uma concordância geral de que submarinos oferecem uma capacidade militar vital para a Austrália," disse o Sr Fitzgibbon.
"O desenvolvimento de novos submarinos requer planejamento de longo prazo e precisa ocorrer de forma rápida, e foi justamente isso que eu solicitei."
O pessoal de planejamento do Ministério da Defesa analisou dois estudos neste ano, um deles realizado por um "think tank" independente, a Kokoda Foundation,
Ambos concluíram que as mudanças estratégicas na região irão fazer dos submarinos uma arma crucial para a defesa australiana de uma maneira nunca vista até hoje. O Ministério da Defesa vai estudar uma ampla gama de opções avançadas para os novos submarinos, que serão construídos em Adelaide e deverão substituir os seis submarinos da classe Collins quando eles forem finalmente aposentados em 2025.
Os novos submarinos quase que certamente serão construídos pelos construtores da frota Collins, a Australian Submarine Corporation, que originalmente era estatal e que foi privatizada.
"South Australia é a única localidade viável para a construção da próxima geração de submarinos australianos," comentou o Sr Fitzgibbon. O objetivo é construir a frota de submarinos convencionais mais mortífera do mundo, permitindo que a Austrália mantenha sua vantagem estratégica sobre as marinhas rivais na região.
Ainda que a Defesa não tenha ainda descartado por completo que a Austrália venha a adquirir submarinos movidos a propulsão nuclear, esta opção é considerada muito improvável tendo em vista aspectos estratégicos, práticos e políticos.
Ao contrário, os planejadores de Defesa devem se focar na construção de um versão maior, mais silenciosa e mais letal dos seis submarinos Collins existentes, que após uma início de carreira complicado nos anos 90, se provaram uma dos ativos de defesa mais valiosos do país. Ainda não se sabe quantos dos novos submarinos serão construídos.
A Defesa confirmou que uma das opções em consideração para a nova classe seria contar com mini-submarinos não tripulados que poderiam ser lançados dos submarinos mãe. "Desenvolvimentos tecnológicos como veículos não tripulados provavelmente ofereceriam capacidades complementares importantes para qualquer plataforma submarina do futuro" disse um porta voz do Ministério da Defesa.
Estes mini-submarinos não tripulados, carregados de sensores de alta tecnologia poderiam viajar por dezenas de quilômetros desde o "submarino mãe" para conduzir reconhecimento ou mesmo para transportar uma pequena unidade de forças especiais.
Outra prioridade para os novos submarinos é o emprego de sistemas AIP, air-independent propulsion systems, que permitem aos submarinos convencionais permanecer debaixo d'água por períodos maiores, ampliando significativamente a eficácia operacional do submarino.
O Ministério da Defesa disse que os submarinos pós-Collins terão projetos mais flexíveis, permitindo que eles sejam rapidamente reconfigurados para diferentes tipos de missões, desde espionagem até ataques estratégicos. O novo submarino poderá levar um maior variedade de armamento de longo alcance, possivelmente incluindo mísseis de cruzeiro de longo alcance assim como mísseis táticos de ataque a alvos terrestres com menor alcance. Eles também serão configuráveis para o transporte e a infiltração de unidades de forças especiais em "hot spots" regionais.
Em seu estudo a Kokoda Foundation estimou que a construção armamento e a manutenção de uma nova e modernizada frota de submarinos custaria entre A$20 e A$25 bilhões, tornando este o maior projeto de defesa da Austrália, superando, até mesmo, a encomenda de A$15 bilhões dos Joint Strike Fighter para a RAAF.
O governo espera completar sua pesquisa das diversas opções para os novos submarinos em 2011, quando o ministério dará a avaliação de "first pass" para este plano. Em 2014-15, o governo realizará a segunda avaliação o "second pass" o que eventualmente resultaria na assinatura de contratos e a eventual construção dos submarinos, com testes de mar esperados para 2024. O programa de substituição dos submarinos será incluído no próximo Defence Capability Plan.