Na Austrália, com a chegada ao poder de um novo governo, as opções estratégicas tomadas pela antiga administração têm movido as águas da área da defesa. Não só foram feitas revelações relativas aos problemas com a modernização das fragatas do tipo OHP, como em declarações à imprensa o novo ministro da defesa tem vindo a dar algumas ideias sobre o que pensa para o futuro das forças armadas australianas.
As forças armadas da Austrália, têm nos últimos tempos acompanhado com cuidado e não sem preocupação as movimentações de países da sua região, que vão no sentido de se armarem com equipamentos cada vez mais sofisticados pois no sudoeste asiático, marinhas como as da Indonésia, Malásia e mesmo Singapura acrescentam unidades poderosas aos seus efectivos e naquelas águas vão-se encontrar mais tarde ou mais cedo os poderes emergentes da Índia e da China.
Pressão sobre Washington
Embora as recentes afirmações ou intenções dos responsáveis australianos sejam vistas por alguns analistas como apenas resultado da chegada ao poder de um novo o governo com necessidade de marcar a diferença, não deixam de passar despercebidas as novas possibilidades que pelo menos em teoria se abrem para a industria militar naquela região do mundo.
Considerando as necessidades estratégicas da Austrália e o seu posicionamento defensivo, conjuntamente com a sua enorme costa, a Austrália concluiu que a operação de porta-aviões não faz sentido, pelo que está mais que afastada a possibilidade de o país vir a operar tal tipo de meio naval.
A Austrália pretende substituir de forma efectiva os caça-bombardeiros F-111 que estão no fim da sua vida útil e ao mesmo tempo acrescentar a um potencial substituto a possibilidade de utilização como aeronave adequada ao controlo de áreas marítimas, equipando a força aérea com uma aeronave com capacidade para operações navais mas baseada em terra.
Entre as possibilidades aventadas está a possibilidade de a Austrália se candidatar à compra do super-caça F-22 que os Estados Unidos até ao momento reservam exclusivamente para as suas forças armadas.
A recente encomenda de aeronaves F-18C/D é considerada apenas como uma compra intermédia até à aquisição de novos meios.
Alegadamente como forma de pressão sobre os seus tradicionais aliados norte-americanos, que já afirmaram que não venderão o F-
Neste caso, a arma mais interessante para a Austrália é o caça-bombardeiro naval baseado em terra conhecido como Su-32FN e mais recentemente rebaptizado Su-34.
Força de 12 submarinos
Entre as outras opções que os estrategas australianos consideram, estão as propostas do Instituto Submarino da Austrália, uma instituição prestigiada e que conta com alguns dos principais submarinistas do país, que explicam que a Austrália deve potenciar a sua defesa através de um claro aumento das suas capacidades navais e em especial a arma submarina.
Neste aspecto analistas da imprensa australiana consideram como absolutamente insuficiente o número de submarinos presentemente ao serviço e consideram que no mínimo a Austrália deve operar para substituir os actuais seis submarinos da classe Collins uma frota de 12 unidades, numa região onde em 2025 haverá cerca de 150 submarinos modernos em operação.
Nuclear deverá ser posto de lado
De realçar que embora as novas autoridades australianas considerem importante a defesa das águas australianas, e a possibilidade de construção de submarinos movidos a energia nuclear não tenha sido completamente abandonada ela é remota.
A razão prende-se com o facto de a força submarina do país não ser previsivelmente uma força de escolta de «forças tarefa» mas sim uma força de patrulha, onde a velocidade não é relevante e os actuais submarinos convencionais serem mais silenciosos e mais difíceis de detectar que os submarinos nucleares.
Junto a esta realidade estão factos como a não existência na Austrália de uma industria nuclear naval e o custo proibitivo que teria a manutenção de uma força de mais de uma dezena de navios do tipo.
Embora seja provavelmente uma classe de navios convencionais, os futuros submarinos da Austrália deverão ser fabricados no país e conforme especificações australianas, dado as necessidades da Austrália serem únicas e muito específicas.