Intenções dos russos desagradam a Israel
Um novo foco de tensão parece poder vir a desenhar-se entre a Rússia e os países do ocidente europeu. Segundo tem sido amplamente divulgado nos últimos dias, existem planos já bastante avançados com vista a voltar a instalar uma esquadra Russa no mar mediterrâneo, conforme divulgou à imprensa o comandante da marinha da Rússia, almirante Vladimir Masorin.
Os planos em principio deverão prever a instalação da frota russa num dos portos da Síria, provavelmente Latakia, onde estão neste momento a decorrer obras de melhoramento e modernização das infra estruturas, de forma a permitir acomodar e apoiar os navios da esquadra Russa.
A medida é vista como uma forma de mais uma vez, como nos tempos da guerra fria, enfrentar ou afrontar os Estados Unidos e a VI esquadra americana que opera no Mediterrâneo.
Mas a instalação da base russa tem outras implicações, pois a Síria é um dos países mais mal amados pela administração dos Estados Unidos e a instalação de uma base rusa no país, colocará a Síria a salvo que qualquer retaliação militar que possa ser efectuada contra aquele país árabe.
Ao contrário de outros países árabes da região, a Síria é um estado não religioso, onde o estado vigia e controla de perto toda e qualquer possibilidade de dissidência mesmo no caso dos líderes religiosos.
Por isto a Síria aparece como a melhor opção para a instalação de uma base naval. Desde sempre a Rússia tem querido impor a sua presença no flanco sul da Europa, nomeadamente porque a sua esquadra do Mar Negro não pode sair por imposição da Turquia que é sempre muito relutante em permitir a passagem de navios armados através do Bósforo.
Perante esta possibilidade, Israel aparece como o país mais preocupado com o desenvolvimento, pois a instalação na Síria de sofisticados equipamentos de pesquisa e monitorização a norte da sua fronteira, poderá constituir-se numa ameaça para Israel.
O estado judaico teme que a Rússia possa passar informações captadas através dos sensores dos navios e aeronaves russas, as quais se caírem nas mãos da Síria, podem colocar em perigo a defesa nacional israelita.
Analistas militares russos no entanto, afirmaram que as preocupações de Israel não têm razão de ser, porque considerando o actual tamanho da esquadra russa, e os custos que o país tem com a manutenção dos seus navios - onde gasta mais dinheiro que com qualquer dos outros ramos militares – apenas um pequeno numero de navios (dois ou três) poderia ser colocado na Síria.
A Rússia já teve nos anos 70 e 80 uma base militar em Tarteso, na Síria, para onde foram transferidos os navios soviéticos depois de terem deixado as suas bases no Egipto durante os anos 70
Esquadra russa volta ao Mediterrâneo
0