A família de caças russos Sukhoi Su-27 e Su-30, assim como as suas muitas variantes, tiveram as suas origens na já longínqua década de oitenta, e surgiram como uma adaptação local para os conceitos introduzidos no mundo da aviação pelos aviões americanos que a então União Soviética esperava ter que defrontar - mais cedo ou mais tarde - nos céus da Europa Central, os F-14, F-15, F-16 e F-18.
Contra estes aparelhos, mesmo o mais modesto e antigo Su-27 continua a ser um oponente formidável, sem bem pilotado e bem armado (o que não necessariamente é o caso em todas as circunstâncias), mas o essencial dos aparelhos desta família começa a revelar-se incapaz de manter o passo com os mais recentes aparelhos americanos, desde o F-35, ao F-22 (sobretudo em relação a este último).
Ao contrário do soberbo - mas escasso e sobretudo extremamente dispendioso F-22 Raptor - a família Su-27 e derivados não inclui Stealth completo, um radar AESA avançado que o torna num “mini-AWAC”, um poder computacional impressionante capaz de reunir numa imagem única e integrada todos os dados de todos os diversos sensores do aparelho e a capacidade de “supercruise”, isto é, de voar acima de Mach 1 em períodos longos, embora tenha a chamada “supermanobrabilidade”, de sobra.
O F-35 Lightning II que irá equipar a maioria das forças aéreas ocidentais num futuro muito próximo é uma versão “à escala” do F-22, com o seu radar AESA, algunas características furtivas e fusão de sensores.
A resposta russa aos F-22 e ao F-35 é um desenvolvimento directo a partir dos projectos Mig 1.44 e irá conceber um caça de 5ª geração capaz de ombrear com os dos aviões americanos desenvolvido em parceria com a Índia, um antigo cliente dos caças MiG.
Alternativamente, e embora os russos queiram já dar por encerrado as especificações do PAK-FA, o novo caça poderá ser um desenvolvimento a partir do Sukhoi Su-30 como motores supercruise, fusão de sensores e um radar AESA. A furtividade não parece ser uma prioridade em nenhuma das duas propostas, ao contrário da obsessão americana na mesma…
O projecto PAK-FA esbarra agora com discussões entre os dois parceiros: a Índia quer introduzir novas características e os russos querem avançar já para a fase seguinte com as especificações já conhecidas. Existem também questões quanto à divisão de custos, já que a HAL indiana quer participar apenas com 2 biliões de dólares, enquanto o acordo previa uma participação de 6 biliões… Pelo menos, as dúvidas sobre se o PAK-FA será uma evolução a partir do MiG 1.44 ou do Sukhoi Su-30 parecem esclarecidas, com vantagem para o segundo…
O primeiro PAK-FA deverá voar até 2015, ignorando-se ainda quantos protótipos serão construídos por cada uma das duas empresas associadas no projecto, a Hindustan Aeronautics Ltd indiana e a russa Sukhoi Design Bureau.
A participação indiana num projecto tão avançado poderá estranhar-se ao primeiro instante… Mas a indústria aeronáutica indiana é muito activa e detém um elevado grau de conhecimento técnico, adquirido ao longo dos anos fabricando e desenvolvendo vários modelos indígenas entre os quais o mais recente é o caça LCA Tejas.
Por outro lado, a Índia conhece os planos chineses de expansão do seu poder naval para o Índico, graças às suas bases na Birmânia e com o gigante asiático tem um orçamento militar real que deverá ser 4 a 5 vezes maior que o Indiano, o equilibrio entre estas duas potencias emergentes que na década de 60 chegaram a travar combates fronteiriços nos Himalaias tende cada vez mais o lado chinês… Assim é de compreender que a Índia tente recuperar algum do espaço perdido especialmente antecipado o projecto chinês para um caça de 5ª geração rentabilizando a sua longa associação com a Rússia e o projecto russo PAK-FA.
Será que o Brasil poderia juntar-se a este ambicioso projecto e assim satisfazer o seu programa FX-2?… Ou seja, comprar agora um avião “de transição” como o Rafale ou o Su-35 e simultâneamente embarcar no desenvolvimento de um dos caças mais avançados do mundo que irá entrar em operação daqui a 20 anos quando os Rafale/Su-35 já começarem a entrar em fim de vida?… Haverá em Brasília tanta capacidade de visão?
Caro Luiz,
ResponderExcluirFico algo lisonjeado por ter citado na íntegra o meu Post:
http://movv.org/2007/11/26/o-projecto-pak-fa-e-estado-actual-da-parceria-russo-indiana-para-o-desenvolvimento-do-mesmo/
tendo-se dado at
e ao trabalho de "corrigir" a grafia do português de Portugal para o português do Brasil...
Peço contudo que não o faça mais sem referir a fonte original, basta isso, ok?
Obrigado.
Prezado Sr Luiz Maia,
ResponderExcluirObrigado pelo envio de sua mensagem ao Ministério da Defesa.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que é prioridade do Ministério da Defesa o estabelecimento de políticas ligadas à Defesa e à Segurança do País. Com este objetivo, há uma proposta de revisão do Programa de Reaparelhamento das Forças Armadas, com uma visão prospectiva, levando em conta a importância crescente que o País assume na América do Sul e no mundo. Além de estudos da implantação de um sistema de compras de materiais unificado entre os três comandos.
Dentre as prioridades está a implantação do Projeto do Submarino de Propulsão Nuclear, a construção de novos navios-patrulha oceânicos e fluviais (para atuar na Amazônia), e a compra de aeronaves de superioridade aérea (Projeto FX).
Também é prioridade o desenvolvimento nacional de famílias de mísseis - antiaéreos, terra-ar, mar-ar, entre outros - e a aquisição de mais radares de defesa aérea tridimensionais. Trabalha ainda, na definição da necessidade de ampliação da frota de helicópteros de transporte e de ataque, e na opção de rodas para os blindados, em vez de lagartas.
Grande parte destas escolhas deve-se à definição da Amazônia como prioridade estratégica do país, o que exige grande mobilidade de forças com poder de fogo. Tratando-se da Amazônia, é importante informar que também haverá esforço especial para melhorar as condições de vida das tropas. A mesma preocupação estratégica aplica-se à proteção do Atlântico Sul, onde está concentrada grande atividade econômica brasileira, como a produção de 80% do petróleo produzido no País.
Para dar suporte a este fortalecimento, o Conselho de Defesa estuda a possibilidade de criação de um Fundo de Reaparelhamento das Forças Armadas. A idéia é garantir a sustentação financeira para cobrir as necessidades das Forças, evitando interrupção no fluxo financeiro.
Além das medidas citadas acima, foi criada, no Senado Federal, a Subcomissão Permanente para Modernização e Reaparelhamento das Forças Armadas brasileiras. Além de criar uma pauta sobre os trabalhos relacionados ao reaparelhamento e à modernização das Forças, a subcomissão tem também a função de discutir sobre o orçamento para a área.
Mais uma vez agradecemos a correspondência e enfatizamos que sua preocupação também é a nossa preocupação e este Ministério trabalha incansavelmente com este objetivo: Manter a soberania do nosso País.
O Ministério da Defesa segue disposto a atendê-lo.
Atenciosamente,
Assessoria de Comunicação Social do MD