O jornal norte-americano Washington Post, vem acrescentar mais dados sobre a operação levada a cabo por parte da aviação de Israel no norte da Síria no dia 6 de Setembro. Segundo aquele jornal, a operação foi altamente secreta e os pilotos dos aviões de escolta e apoio não foram informados sobre o objectivo da operação, enquanto que os pilotos dos aviões que efectuaram o ataque só conheceram o objectivo quando já estavam no ar.
As razões que explicam a pouca informação sobre a operação estarão ligadas ao manto de secretismo que cobre as operações de vigilância que os serviços secretos de Israel, em colaboração com os Estados Unidos, têm vindo a manter sobre a Coreia do Norte, a Síria e o Irão, entre outros países, no que respeita à troca de informações, dados técnicos e materiais e equipamentos destinados a permitir a produção de armas.
O ataque teve lugar sobre uma instalação referenciada pela Síria como «Centro de Pequisa Agricola», onde os serviços secretos de Israel consideram que podem estar em desenvolvimento ou estudo, armamentos nucleares, no entanto o objectivo parece ter sido uma coluna em que seguiam elementos norte-coreanos, que haviam chegado a território da Síria no dia 3 de Setembro.
Os serviços secretos tanto nos Estados Unidos como em Israel estarão convencidos de que há técnicos da Coreia do Norte presentemente na síria, como também os há no Irão e mesmo no Iraque.
Fontes citadas pelo Washington Post referem a possibilidade de além de uma ligação à Coreia do Norte, parecer existir também algum tipo de ligação a uma rede ilegal montada pelo cientista paquistanês Abdul Qadeer Khan, que é conhecido por ter cedido informações sobre manuseamento de materiais nucleares tanto ao Irão como à Coreia do Norte e mesmo à Líbia.
Noticias recentes, afirmam também que a Síria não tem intenções de responder ao ataque de Israel, e até ao momento não foram divulgadas quaisquer informações, fotografias ou gravações de vídeo, das instalações agrícolas que alegadamente Israel terá bombardeado.
Pedro e o Lobo
A informação sobre eventuais instalações nucleares na Síria deve ser considerada com cuidado, enquanto não houver possibilidade de confirmar se essas instalações existem ou não.
A facilidade com que os Estados Unidos afirmaram que existiam armas de destruição maciça no Iraque, e que levou ao ataque àquele país em 2003, é um factor a considerar em todo este processo. Já Israel não tem por hábito fazer acusações não fundamentadas.
Segundo o Washington Post as fontes de informação são neste momento absolutamente secretas e ninguém em Washington ou Telavive produziu qualquer declaração oficial.
No entanto, são conhecidas as apetências de muitos dos ditadores do mundo árabe pela construção de instalações nucleares (nomeadamente para a produção de energia) ou pela simples aquisição de armamento nuclear.