A China está perto de iniciar a construção de seu primeiro navio-aeródromo para expandir as capacidades operacionais e estratégicas da Marinha do Exercito de Libertação do Povo (PLAN), anunciou uma agência de noticias chinesa.
RIA Novosti
A KANWA News citou fontes na indústria de defesa chinesa que alegavam que várias empresas já teriam recebido contratos ligados ao desenvolvimento dos sistemas e componentes necessários para um futuro navio porta-aviões.
“Isso indica que a decisão da construção do porta-aviões já foi tomada, e que suas características básicas já estão determinadas”, a agência disse, agregando que um estaleiro de Xangai poderia ser o escolhido para ser o principal contratado.
Até aqui, os estaleiros chineses tem construído barcos patrulha lança-mísseis, navios desembarque doca, fragatas e destróieres, vários destes com características de projeto “Stealth” e abrigando tecnologia avançada, como os navios de guerra ocidentais.
Ainda que Pequim consistentemente negue notícias publicadas na imprensa que sugerem que a China poderia construir seu primeiro porta-aviões antes mesmo de 2010, membros do governo chinês admitiram em março passado que o país estava conduzindo pesquisas sobre as tecnologias presentes nos porta-aviões.
A Rússia, desde muito tempo, oferece à China auxílio para o desenvolvimento de seu próprio navio aeródromo.
Alexander Denisov, chefe da agência de compras de armas da Rússia, revelou no ano passado durante o Airshow China 2006 que esta assistência não violaria as normas internacionais como o embargo de equipamento militar da União Européia para a China, colocada em efeito após a dura repressão dos manifestantes estudantis na Praça da Paz Celestial em 1989.
A imprensa regional recentemente focou sua atenção no Varyag, um porta-aviões russo que nunca chegou a ser completado, mas que, assim mesmo, foi rebocado até a China em 2002.
A China comprou o navio, sem qualquer tipo de equipamento eletrônico ou armamento instalado, num leilão na Ucrânia e o colocou num dique seco da PLAN na cidade de Dalian.
Mesmo que o Varyag tenha chegado num estado dilapidado, já em 2005 ele estava totalmente limpo e pintado, e especialistas acreditam que os chineses estão seriamente considerando terminar a construção deste navio.
A Rússia forneceu muitos dos novos navios chineses, incluindo os destróieres da classe Sovremenny e os submarinos diesel-elétricos da classe Kilo, e existem bons sinais de que a China continuará no futuro a depender das competências da indústria naval russa.
A Rússia não está neste momento construindo nenhum grande navio de guerra ou submarino para a China, mas eles poderão vender para os chineses o hovercraft de desembarque anfíbio pesado “Zubr”, um grande número de helicópteros navais Kamov, e os hidroaviões movidos a jato Beriev Be-200, concluiu a KANWA.
Moscou pode também fornecer aeronaves para uso a bordo do futuro porta-aviões chinês. Comenta-se que a Rosoboronexport, a holding estatal russa para material de defesa, está negociando com os chineses a venda de cerca de 50 Su-33, os caças navais da família Flanker, num contrato avaliado em cerca de US$$2.5 bilhões.