O Senado
A decisão de suspender 25% da ajuda militar americana, no valor de US$ 55,2 milhões, foi adotada pelo senador democrata Patrick Leahy, presidente do subcomitê de operações de Estado e estrangeiras do comitê orçamentário do Senado, que é um forte crítico do grau de ajuda militar que está sendo enviada para a Colômbia.
David Carle, um porta-voz do senador Leahy, citou que o crescente escândalo "para-política" na Colômbia foi um fator na decisão do senador.
O escândalo expôs as ligações entre os grupos paramilitares de direita e membros das forças armadas e políticos. Um relatório não verificado para a CIA vazou para a imprensa americana no mês passado e alega que o general Mario Montoya, o chefe das forças armadas colombianas, colaborou com grupos paramilitares ligados ao tráfico de drogas.
Carle disse que as acusações contra o general Montoya eram uma "preocupação". "O Congresso ainda desconhece a validade destes relatos, mas é necessário tempo para discuti-los com o governo Bush, já que entre as condições está a exigência de que as forças armadas colombianas rompam seus laços com os paramilitares", ele disse.
Ele também acrescentou que Leahy se encontrará com grupos de direitos humanos e até que tais discussões sejam realizadas, "ele continuará bloqueando a liberação destes fundos".
A Colômbia é a maior recebedora de ajuda americana nas Américas. A ajuda americana para as forças armadas colombianas totaliza cerca de US$ 220 milhões em 2006, grande parte destinada para operações de contra-insurreição e narcóticos.
Parte da ajuda americana enviada para a Colômbia está sujeita a certificação de direitos humanos. No início deste mês, Condoleezza Rice, a secretária de Estado, certificou que as condições de direitos humanos foram atendidas pelas forças armadas colombianas, abrindo o caminho para a liberação dos fundos.
O congelamento dos fundos americanos por Leahy sugere que o caso "para-política" está começando a afetar o valor da ajuda enviada pelos americanos para a Colômbia e que os democratas estão cada vez mais analisando os fundos para o país andino diante do escândalo.
Mas os democratas americanos provavelmente apreciarão a recente decisão do governo colombiano de aceitar um cessar-fogo "temporário" e "experimental" com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o segundo maior grupo guerrilheiro da Colômbia.
Tradução: George El Khouri Andolfato