Derrota do Eurofighter afasta Turquia da Europa
Área Militar
A Turquia, que é um dos países europeus que participa no programa JSF (Joint Strike Fighter) que é agora conhecido como F-35 Lighting-II. No entanto, a participação de um país nesse projecto de desenvolvimento de tecnologias inovadoras a aplicar à aviação, não implica que o país participante venha efectivamente a adquirir os aviões, quando estes estiverem disponíveis.
F-35 Lightning II | Reprodução |
Porém, neste Domingo, Vecdi Gonul, o ministro turco da defesa, veio deitar alguma luz sobre o futuro europeu do F-35 ao afirmar que a Turquia assinará uma carta de intenção para a compra para a sua força aérea de caças F-35 Lightning-II.
O processo de escolha do futuro caça da Força Aérea da Turquia, tem vindo a desenvolver-se ao longo dos últimos anos, sendo os principal concorrente do F-35, o caça europeu Eurofighter Typhoon.
As dificuldades colocadas à Turquia no que respeita à possibilidade da sua adesão à União Europeia, são vistas como uma das razões para a vitória do caça americano e são como que uma espécie de chapada com luva que os turcos dão à União Europeia.
O projecto de aquisição do F-35, avaliado em 8.000 milhões de Euros (R$ 21.5 bilhões) é o mais caro programa de rearmamento das forças armadas da Turquia, e considera a necessidade de aquisição de uma centena de F-35 para substituir os seus F-16 e F-4 Phantom mais antigos.
Equipado com armas modernas, e com uma vantagem táctica que lhe permite eludir[1] quer os radares de sistema aérea quer os radares de orientação de sistemas de tiro que precisam de fixar um alvo para disparar, o F-35 Lightning-II só é superado pelo super caro e exclusivo F-22 no que respeita à capacidade de dissimulação.
Mais ágil que o Eurofighter, o F-35 tem menor capacidade para transportar armas que o Typhoon, desde que se restrinja exclusivamente a transportar armas nos compartimentos destinados a isso. No entanto, se optar por abrir mão da sua faceta «Stealth» o F-35 também pode transportar armas nas asas, o que lhe dá maior capacidade de carga.
O F-35 tem ainda muito maior capacidade para transportar combustível sem o recurso a tanques externos.
No entanto, o F-35, por basear a sua capacidade de defesa no desenvolvimento e utilização de tácticas que explorem as vantagens da «invisibilidade» do avião, está dependente dos desenvolvimentos tecnológicos que permitam no futuro detectar o F-35 com muito maior facilidade. Nesse caso, o F-35 passaria a ser uma aeronave apenas banal.
O F-35 estará (em principio) disponível em três versões, sendo uma delas de descolagem vertical, que permite à aeronave operar a partir de pequenos porta-aviões, embora esta não seja a versão destinada à Turquia.
[1] Num radar de defesa aérea, o F-35 Lighting-II apresenta uma assinatura de 100 até 1000 vezes menor que o caça europeu Typhoon.