Alexandre Beraldi - Defesa@Net
O estande da Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais), foi fonte de várias notícias interessantes, entre elas o acordo, já em vias de concretização, que deixará a cargo da Marinha do Brasil a reforma e o upgrade dos submarinos U209 Equatorianos (S-101 Shyri e S-102 Huancavilca). A empresa enfatizou as vantagens deste tipo de atividade, esclarecendo que todos os recursos obtidos são destinados a mais pesquisa e ao desenvolvimento em prol do reequipamento e modernização da Marinha do Brasil.
No estande estavam disponíveis maquetes e informações sobre vários de seus projetos, com destaque para os projetos conjuntos com a CMN, quais sejam o Navio Patrulha Vigilante 400 CL54 e a Corveta Combattante BR70.
Navio Patrulha Vigilante 400 CL54
O Vigilante 400 é um Navio Patrulha para controle das águas territoriais e da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) que já se encontra em uso nas marinhas da França (10 unidades), Gabão (2 unidades) e Oman (3 unidades). Seu projeto foi objeto de um acordo com a Marinha do Brasil, através da Diretoria de Engenharia Naval (DEN), visando sua produção local dos estaleiros da Indústria Naval do Ceará (INACE), num contrato inicial para duas unidades, firmado em 28 de setembro de 2006.
Durante a LAAD pode-se observar a maquete com a configuração definitiva do Vigilante 400 CL54 que já está em produção nos estaleiros cearenses, e que foi designado NAPA 500 pela Marinha do Brasil. Ele será um navio com 54,2 m de comprimento e 8 m de boca, com deslocamento na faixa de 440 ton. Propulsado por dois motores a diesel movimentando duas hélices, terá velocidade máxima de 22 nós e um alcance de 2.500 milhas náuticas a uma velocidade de cruzeiro de 15 nós. Seu armamento já foi definido e consistirá de um reparo Bofors 40 Mk3 “Trinity” na proa, com um canhão multi-emprego no calibre 40 mm L/70, além de dois reparos de operação manual a meia-nau, com canhões Oerlikon GAM BO1 no calibre 20 mm.
Segundo a empresa, a popa tem espaço suficiente e previsão para receber um helicóptero Esquilo ou Jet Ranger III, capaz de auxiliar nas tarefas de patrulha e esclarecimento, porém sem as facilidades do hangar coberto.Defesa@Net obteve informações que a Marinha do Brasil pensa em aumentar o número de NAPA 500 a serem construídas, de duas unidades previstas inicialmente, para um total de oito unidades, decisão esta que dependerá do desempenho demonstrado pela primeira unidade que está sendo construída neste momento no INACE. Há ainda a possibilidade, segundo a Emgepron, da construção de mais unidades com o passar dos anos, visando substituir paulatinamente a classe de Navios Patrulha Grajaú.
Corveta Combattante BR70
A Corveta Combattante BR70 é um projeto da CMN que conta agora com a participação da Emgepron. Baseada no design da Corveta classe Baynunah, construída para a marinha dos Emirados Árabes, o projeto BR70 está sendo desenvolvido de forma conjunta para atender a um possível contrato por parte da marinha do Paquistão. Trata-se de um navio com características de baixa visibilidade térmica e radar, com 71,3 m de comprimento, 11 m de boca e 2,8 m de calado, com deslocamento na faixa de 830 ton. Será propulsada por quatro motores a diesel e dois waterjets, com uma velocidade máxima de 30 nós e um alcance de 2.000 milhas náuticas a uma velocidade de cruzeiro de 15 nós.
Seu armamento consiste de um canhão multi-emprego Oto Melara Super Rapid, no calibre 76 mm, dotado de uma cúpula de perfil steath (discreto), colocado na proa do navio. A meia nau estão reparos para oito mísseis anti-navio com modelo a ser definido entre o Exocet MM 40 francês, ou o Harpoon norte-americano e o C-802 chinês, haja vista a marinha paquistanesa utilizar estas três armas. Também à meia nau estão dois reparos de operação remota, cada um deles equipado com um canhão de médio calibre, a ser definido pelo cliente entre aqueles de calibre 20, 25, 27 ou 30 mm, e também com dois suportes para um total de quatro mísseis antiaéreos Igla ou Mistral.
Na popa, sobre o hangar coberto, há um sistema de mísseis de defesa com capacidade antimíssil RIM-116 RAM, com 21 cargas. A embarcação conta ainda com um hangar fechado com todas as instalações necessárias para armazenar e dar suporte operacional a um helicóptero da classe 5 toneladas, como um Dauphin ou um Lynx. É uma embarcação com altíssimo poder de combate, considerando sua baixa tonelagem.
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