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Nesta quarta-feira, o Senado Federal realizou sessão solene em homenagem ao Dia do Exército, comemorado no 19. Na abertura da sessão, o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) defendeu o papel da instituição na manutenção da integridade e da soberania nacional.
Segundo Calheiros, “defesa e integração nacional são os dois conceitos que melhor traduzem a história do Exército, sua atuação recente e também as perspectivas do futuro”. Renan lembrou que a ação do Exército vai além dos objetivos militares.
"Muitas vezes, a presença do Exército é o único símbolo tangível do Estado brasileiro em locais mais distantes no país", explicou. De acordo com Calheiros, na Amazônia, são 25 mil homens do Exército que não só garantem a segurança como também prestam auxílio e ajudam no transporte das populações ribeirinhas".
Já o senador Edison Lobão (DEM-MA) afirmou que apesar da sua importância para a defesa dos interesses nacionais, o Exército não tem recebido a atenção devida quanto ao reaparelhamento e modernização da força. Ele defendeu ainda a melhoria dos salários dos militares.
O senador Sibá Machado (PT-AC), foi outro que defendeu uma política de revisão dos salários das Forças Armadas. Ele entende que, "além de fazer os investimentos imprescindíveis no reaparelhamento e na "reformatação" das Forças Armadas e na manutenção de programas de relevância estratégica, é necessário que o Estado não seja conivente com o desvirtuamento das funções de defesa", afirmou.
Ele observou que, há muito tempo, há pressões para que as forças armadas dos países latino-americanos se engajem na luta contra o narcotráfico e o crime organizado. O agravamento da violência urbana aumenta o clamor por essa mudança de orientação institucional, acrescentou.
"A função constitucional das Forças Armadas é a da defesa da Pátria, especialmente de seu território. A defesa da lei e da ordem, embora admitida constitucionalmente, deve ser encarada como situação excepcional e ancilar, em que paire grave ameaça aos poderes constitucionais e à soberania nacional", concluiu.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) ressaltou o papel das escolas das Forças Armadas, como a Academia Militar das Agulhas Negras e a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Ele destacou a excelência da Escola de Comando do Estado-Maior do Exército, que considera uma instituição do mais alto nível e responsável pela preparação dos futuros chefes militares.
"Cabe destacar que todas essas escolas estão localizadas no nosso estado, o Rio de Janeiro, onde também se situa o Instituto Militar de Engenharia, o conhecido IME", informou.
Francisco Dornelles elogiou o ministro da Defesa, Waldir Pires, por quem declarou ter respeito e admiração. O senador lembrou ter participado, ao lado do ministro, de vários trabalhos e movimentos na criação da Nova República e de ter estado ao seu lado no Ministério do presidente José Sarney.
Amazônia
Para o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), é um equívoco achar que a cobiça internacional sobre a Amazônia seja apenas "paranóia". Ao discursar na sessão pelo Dia do Exército, Cavalcanti destacou que a presença do Estado na região, se dá por meio das Forças Armadas, principalmente pela atuação do Exército.
De acordo com o senador, “além da defesa das fronteiras, a força realiza atendimento às populações ribeirinhas e do interior que caberiam a outras áreas de governo”.
Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o Exército é fundamental para "barrar" uma possível ação de internacionalização da Amazônia. Em seu discurso, Buarque disse que, sem o Exército, o país não teria seu território atual. Na sua avaliação, a força precisa estar preparada para enfrentar as ameaças futuras.
O Dia do Exército recai em 19 de abril para marcar o desfecho da 1ª Batalha de Guararapes, travada em Pernambuco, em 1648. Nesse dia, tropas nacionais enfrentaram as forças de ocupação holandesa sediadas no Nordeste, evento decisivo para a vitória final contra os invasores.
Entres os comandantes da batalha, reconhecida como o primeiro momento de afirmação da identidade nacional, estavam Henrique Dias, negro, Antônio Felipe Camarão, índio, e outro brasileiro, André Vidal de Negreiros, ao lado dos portugueses Francisco Barreto de Menezes e João Fernandes Vieira.
O evento contou com a presença do comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, do ministro da Defesa, Waldir Pires, e dos comandantes da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, e da Aeronáutica, brigadeiro-do-ar Juniti Saito.