DA SUCURSAL DE BRASÍLIA - FOLHA DE SÃO PAULO
No primeiro encontro público com oficiais-generais das Forças Armadas desde que desautorizou a ordem de prisão dada a controladores de vôos amotinados na sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi só elogios ontem aos militares e prometeu buscar "recursos e condições" para reaparelhar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.
No discurso, falou de suas "responsabilidades como comandante supremo das Forças Armadas".
"Acredito ser oportuno reforçar meu compromisso público com o sr. ministro da Defesa [Waldir Pires], com os senhores comandantes e com todos os senhores oficiais-generais aqui presentes, de que não medirei esforços para continuar buscando os recursos e as condições necessárias para fazer avançar o reaparelhamento das três Forças", afirmou.
A promessa de recursos, cuja escassez é queixa perene dos comandantes militares, é um reforço de Lula à sua posição de bajular a cúpula das Forças Armadas depois de ter permitido a quebra da hierarquia.
Anteontem, Lula já havia recebido os três comandantes das Forças.Ontem, Lula participou de cerimônia para promover 53 oficiais-generais das três Forças. Ele cumprimentou os promovidos e, numa quebra do protocolo, falou de improviso ao fim do discurso.
"Sei que o que vocês fizeram para chegar até onde chegaram foi uma dedicação de vida, eu diria, em muitos casos, uma verdadeira profissão de fé. Como presidente da República, mas também como cidadão brasileiro, quero desejar a vocês toda a sorte do mundo. Que vocês possam [...] garantir que as nossas Forças Armadas continuem sendo exemplo de orgulho para o país."Em nenhum momento do discurso Lula falou da crise. Ele defendeu, ainda, um plano de desenvolvimento da indústria bélica.
Presidente acena com mais verba aos militares
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