Depois de quase dez anos em que a política de Defesa do Brasil primou pela dormência, surgem agora vozes que receiam pela perda de influência do maior país da América do Sul na região mercê do enfraquecimento crescente das suas forças armadas e do fortalecimento crescente e evidente das dos países seus vizinhos…
Actualmente, os planos de reequipamento militar de países como a Venezuela, a Colômbia e o Chile tornam estas nações como adversários mais bem equipados que as forças armadas brasileiras, no ar e no mar. Se perder a liderança militar na região, o Brasil arrisca-se a perder capacidade de obter o lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU que ambiciona e que já devia ser seu por direito económico e demográfico, como adverte o professor Expedito Bastos da Universidade Federal de Juiz de Fora.
O ambicioso programa de modernização da FAV venezuelana é bem conhecido… Assim como os seus novos 24 Sukhoi Su-30 e a modernização dos F-5 pelo Irã, para além da compra de submarinos russos Amur que por aqui já noticiamos… E a Venezuela mantêm o conflito com a Guiana que por aqui abordámos, mesmo ao lado da Amazónia brasileira…
Mais a Sul, e desta feita, sem ter fronteiras comuns com o Brasil (uma raridade neste continente sul-americano…) o Chile tem mantido um discreto mas igualmente ambicioso programa de rearmamento que inclui novos caças americanos F-16C/D, 3 fragatas Tipo 23 britânicas e 118 blindados Leopard II alemães… E agora, até a Colômbia se junta a esta campanha de rearmento injectando mais de 3,7 biliões de dólares em novos helicópteros e aviões de combate num plano de quatro anos para reforçar as forças que combatem os rebeldes, mas tornando-se também numa das mais importantes forças armadas da região…
Perante isto tudo, e sobretudo perante a atitude cada vez mais autista e financiada de Hugo Chavez, o Brasil deveria assumir a sua posição de líder regional e procurar pelo menos acompanhar estes desenvolvimentos com programas de reequipamento que lhe permitam manter a sua posição no seio da nações sul-americanas ou pelo menos manter a paridade. Sem que seja cumprida esta condição, as justas reinvidicações brasileiras por um assento permanente no Conselho de Segurança estarão comprometidas e a nova atitude mais interventiva na cena internacional que o Brasil exprimiu ao liderar a força da ONU no Haiti estará condenada à evaporação…
Fontes: DefesaNet e Alert.Net